Uma breve
reflexão sobre a apresentação de crianças na igreja evangélica
Robson T. Fernandes
Para o
Catecismo da Igreja Católica, o batismo é um dos sete sacramentos (Batismo,
Confirmação, Eucaristia, Penitência, Unção dos Enfermos, Ordem e o Matrimônio).
O Catolicismo Romano afirma o seguinte sobre ele:
O santo Batismo é o fundamento de toda
a vida cristã, a porta que abre a vida no Espírito (“vitae spiritualis ianua”) e a porta que abre o acesso aos demais
sacramentos. Pelo Batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos
de Deus, tornamo-nos membros de Cristo, somos incorporados à Igreja e feitos
participantes de sua missão. O Batismo pode definir-se como o sacramento da
regeneração pela água e pela Palavra.[1]
Ou
seja, para o romanismo o batismo salva, torna a criança membro do Corpo de
Cristo e regenera o pecador. Em outras palavras, a criança deixa de ser pagã.
Esse
pensamento não é bíblico, especialmente porque o que salva não é um ritual
religioso e sim a convicção de crença pessoal em seu coração na pessoa única do
Senhor Jesus Cristo, de acordo com João 3:16, Atos 4:12, Romanos 10:9,10 e
Efésios 2:8,9. Ainda, é preciso lembrar que o “bandido” arrependido na cruz, ao
lado de Cristo, foi salvo sem ter tido tempo de ser batizado (Lucas 23:43).
Curiosamente,
este pensamento católico e não bíblico, tem se introduzido cada vez mais na
igreja evangélica. Muitos pais pensam que a apresentação de sua criança é um
ato que vai livrá-la de sua natureza pecadora e que a fará deixar de ser “pagã”.
Muitos acham que haverá uma mudança em sua natureza adâmica pecaminosa. Exatamente
por esse tipo de pensamento, é que muitos pais apresentam suas crianças nas
igrejas e depois desaparecem, somem. Nunca mais são vistos. Isso ocorre porque
esses pais não estão interessados em uma vida comprometido com Cristo, mas
apenas em tirar o peso da consciência com um ritual religioso. Um peso na consciência
que foi gerado por um erro religioso. Então, praticam um erro para aliviar
outro erro, e assim, vão promovendo e divulgando erros e mais erros.
Na
verdade, a apresentação da criança é um compromisso que os pais estão assumindo
publicamente diante de Deus e tendo a igreja como testemunha de que vão ensinar
a sua criança a amar a Deus e a Sua Sagrada Palavra. Então, a apresentação de
uma criança envolve a realidade de um compromisso que os pais estão assumindo.
Agora,
se os pais não fazem parte da igreja e nem apresentam disposição para congregar
e caminhar com aquela comunidade de fé, crescendo na fé e na Graça de Cristo, o
que esses pais ensinarão às suas crianças? Que compromisso com Cristo essa
criança aprenderá? Como esta criança aprenderá a amar a Deus se não é ensinada
a amar os irmãos em Cristo, que são parte da Igreja?
Isso é
uma contradição.
Por essa
razão, e por outras mais, acreditamos que os pastores só deveriam apresentar
crianças cujos pais demonstrassem compromisso e seriedade com Cristo, e isso
não é algo que se mostre do dia para a noite.
A
Bíblia diz que a criança deve ser ensinada no caminho (Provérbios 22:6). Ou
seja, os pais devem dar o testemunho. Não é ensinar “o” caminho, mas ensinar “no”
caminho. Com isso, entendemos biblicamente que os pais devem caminhar junto.
Então,
primeiro os pais devem congregar, se firmar em Cristo, mostrar que amam ao
Senhor e depois apresentar a criança.