Uma explicação sobre o sentido, importância e aplicação de Boule (βουλὴν) e Thelematos (θελήματος) no Novo Testamento
Robson T. Fernandes
INTRODUÇÃO
Quando tratamos do tema “Vontade de Deus”, antes de qualquer coisa, e acima de tudo, é preciso caminhar com calma e reverência humilde. Estamos tentando, apesar de nossas infinitas limitações, entender algo muito íntimo sobre o Criador de todas as coisas. É preciso entender que se os nossos pecados nos separam de Deus (Ef 4:17,18), a nossa condição de enorme limitação nos impede de entender com clareza algumas coisas acerca Dele (Rm 11:34). Por isso, Osterhaven afirmou que “a capacidade humana é prejudicada pelo pecado, de modo que a obediência, na melhor das hipóteses, é imperfeita, e a pessoa é forçada a lançar mão da misericórdia de Deus” (Apud Elwell, 2003, p.635). Então, precisamos da ação graciosa Divina iluminando nossa mente e da Misericórdia celestial para impedir que sejamos consumidos pelo nosso próprio ego e pretensão. Caso essa ação Divina não ocorra, seremos impedidos por nós mesmos de chegar a compreensão correta daquilo que a Sagrada Escritura nos ensina acerca da pessoa de Deus.
O termo decreto divino é uma tentativa
de reunir em uma só designação aquilo que as Escrituras referem através de
várias designações - o propósito divino (Ef 1.11), determinado conselho (At
2.23), presciência (I Pe 1.2; cf. 1.20), eleição (lTs 1.4), predestinação (Rm
8.30), vontade divina (Ef 1.1 1), e o prazer divino (Ef 1.9). Quando a
referência é ao conselho divino não se sugere uma conferência de Deus com
outros seres, mas que os seus conselhos são perfeitamente sábios. De igual
modo, a referência a vontade divina não sugere uma ação caprichosa ou
irrazoável. A sabedoria infinita dirige a determinação divina. Nesse sentido
dos seus decretos é dito serem “o conselho da sua vontade”. Estes termos
certamente significam que Deus age somente de acordo com o propósito eterno que
incorpora todas as coisas. (2003, p.254)
Então, após a definição de Chafer, precisamos compreender mais
duas coisas: 1) toda ação de Deus é executada em perfeito equilíbrio com todos
os Seus atributos, que são eternos e perfeitos; 2) mesmo que não compreendamos,
a verdade revelada em Deus continua imutável, perfeita e boa.
Diante dessas duas verdades permanece o fato de que
precisamos nos amoldar a ela, nos submetendo reverentemente, pois ela é a
revelação expressa da pessoa de Deus.
Ao prosseguir no estudo desse assunto é necessário tratar
das Definições Básicas, Uso
e Significado dos Termos Boule e Thelo,
Uso de Sinônimos e O
Uso das Palavras em seus Contextos.
DEFINIÇÕES
BÁSICAS E INICIAIS
Inicialmente, é necessário esclarecer que os termos mais
comuns utilizados para falar sobre “vontade”, na Sagrada Escritura, são Boulen (βουλὴν)
e Thelema (θέλημα), e que normalmente ambos são tratados como sinônimos.
Exatamente por essa razão alguns intérpretes têm afirmado que esses termos
possuem o mesmo significado e aplicação. Ainda, afirmam que já que tais
expressões são utilizadas para se referir a vontade do homem, e, como tal, esta
vontade humana pode ser mudada, e já que tais termos também são utilizados para
se referir a vontade de Deus, a vontade de Deus também poderia ser mudada. Surge,
então, o problema da questão: A vontade de Deus é soberana ou não? Ela poder ser
modificada?
Dito isto, e se isto é verdade, teríamos sérios problemas
com Efésios 1:17, por exemplo: “Por isso, não sejais insensatos, mas entendei
qual seja a vontade do Senhor”. Esta “vontade do Senhor” poderia ser mudada? Se
o termo “vontade” (θέλημα – thelema)
quer dizer a mesma coisa que Boulen
(βουλὴν)
seria razoável pensar que esta vontade de Deus poderia ser, supostamente, modificada.
Se isto está correto, teremos uma série de complicações no entendimento
de diversas passagens bíblicas, a exemplo de Lucas 13:34, que é uma passagem
muito utilizada por aqueles que pensam haver a possibilidade da mudança na
vontade do Senhor.
Jerusalém,
Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas
vezes quis eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho
debaixo das asas, e vós não o quisestes! (Lc 13:34)
Por isso, antes de continuar, precisamos definir o
significado dos termos, e para isso recorreremos a alguns léxicos e
dicionários.
F. Wilbur Gingrich e Frederick W. Danker, no conhecido
Léxico do N.T. Grego/Português (p.44,96), apresentam as seguinte definições:
βουλεύω, deliberar, considerar,
decidir, planejar, plano.
βουλὴ, ῆς, ἡ, plano, propósito, resolução,
decisão, motivo.
βούλημα, ατος,
τό,
intenção, vontade.
βούλομαι, querer, desejar, estar
disposto.
θέλημα, ατος, τό, vontade, desejo.
θέλησις, vontade.
θέλω, querer (de desejo), querer ter,
desejar.
Daí, surge a ideia de que tanto boule como thelo têm o
mesmo significado, especialmente porque os autores não comentam as aplicações dos
termos, mas apenas lhes traduzem e apresentam algumas referências em que
ocorrem no texto bíblico.
William Carey Taylor, no Dicionário do NT Grego (p.46,98),
faz as apresentações dos termos seguindo o mesmo padrão utilizado por Gingrich
e Danker:
βουλεύωμαι, -σομαι,
-σάμεν, delibero, consulto, proponho, quero fortemente.
βουλευτής, -οῦ,
ὁ, membro de βουλή (conselho municipal), especialmente do Sinédrio de Jerusalém.
βουλὴ, -ῆς, ῆ, conselho,
desígnio, propósito.
βούλομαι, ἐβουλήθην, quero, desejo, resolvo, tenciono.
θέλημα, -τός, -τό,
vontade, mandamentos, preceitos, escolha, inclinação, desejo.
θέλησις, -εως, -ή,
determinação, vontade.
θέλω, -ήσω, -ἠθέλησα, quero,
desejo, gosto.
James Strong, em seu
famoso A Concise Dictionary of the Words in the New Testament, também apresenta
as seguintes definições (1890, p.19,36):
1010. βουλευτής, um conselheiro, i.e. um membro do Conselho do
Sinédrio Judaico.
1011. βουλεύω, aconselhar, deliberar, dar conselho, determinar,
propósito.
1012. βουλή, volição,
propósito, conselho, vontade.
1013. βούλημα, propósito, plano, vontade.
1014. βούλομαι, vontade, desejar, estar disposto, pretender.
2307. θέλημα,
uma
determinação, escolha, propósito, decreto, volição, inclinação, favorecimento,
desejo.
2308. θέλησις,
determinação,
opção.
2309. θέλω,
determinar,
optar, aquiescência, consideração, escolher, ou preferir, desejar, estar
disposto, pretender, listar, amar, significar, favorecer, abastecer.
Com isso, os questionamentos sobre o uso dos termos
permanecem. Será que têm o mesmo significado e a mesma aplicação?
QUANTO AO
USO E SIGNIFICADO DOS TERMOS BOULE E THELO:
O HELPS Word-studies[1]
afirma que o termo “Boulen”
(βουλὴν) é utilizado para se referir a “um plano resolvido” e que é usado
“particularmente para se referir ao aspecto imutável do plano de Deus” -
propositadamente organizando todas as circunstâncias físicas, como uma garantia
de que cada aspecto da vida se enquadra no propósito eterno do Senhor. Dessa
forma, o termo “boule” demonstra que Ele
é o Senhor da história, ou seja, que está sempre no comando! Ainda, o HELPS
Word-studies afirma que “boule” é
mais do que um plano imutável de Deus sobre as circunstâncias físicas, mas que sempre
inclui o propósito do Senhor nesses planos - e, portanto, significa que o
Senhor organiza todas as cenas físicas da história antes da criação, como
declara o Salmo Sl 139:16 e João 1:3 (HELPS, online, s/d).
No artigo “O problema das fontes para um estudo de História
do Direito Grego antigo”, Gisele Mascarelli Salgado afirma que o termo “Boule” foi utilizado para se referir a
“conselho”, na época da antiga Atenas. Porém, este termo, conselho, não tem o
sentido de orientação ou sugestão, mas sim de reunião de membros que decidiam
soberanamente sobre determinado assunto. Ela diz: “a Assembléia e o Conselho (boulé) tinham também funções judiciárias
e legislativas, além das administrativas” (SALGADO, 2012, online).
A
participação se concretiza na ecclésia. A Assembléia do povo, que é o corpo
soberano efetivo. Nela, todos os cidadãos tem o direito de tomar a palavra
(iségoria), suas vozes têm cada qual o mesmo peso (isopséphia) e todos se impõe
a obrigação moral de falar com toda a franqueza (parhésia). Mas a participação
se dá também nos tribunais, onde não há juízes profissionais e a quase
totalidade das cortes são formadas de júris, sendo os jurados escolhidos por
sorteio. A ecclésia, assistida pela boulè (Conselho) legisla e governa. Isso é
a democracia direta (CASTORIADIS, 1987, p. 304-305).
Portanto, na literatura grega clássica, “conselho” não tem o
mesmo significado comum que é empregado hoje em português, mas sim de reunião
soberana de líderes.
Colin Brown e Lothar Coenen, no Dicionário Internacional de
Teologia do Novo Testamento, comentam o significado dos termos “Vontade, Propósito”
(BROWN; COENEN, 1986, p.2674-2678):
A
vontade ou volição humana pode ser representada, de um lado, como ato mental,
dirigido para uma escolha livre. Do outro lado, porém, pode ser motivada pelo
desejo que entra a partir do inconsciente, fazendo pressões. Os dois tipos de
volição são expressados pelos grupos de palavras associadas com boulomai e thelõ. Uma clara distinção terminológica entre boulomai (originalmente a volição como ato mental) e thelõ (originalmente o desejo
instintivo) já não é possível após a coincidência parcial muito antiga entre as
áreas abrangidas pelas palavras e é excluída nos tempos do NT pelo seu uso
geralmente sinônimo.
Diante da explicação apresentada por Brown e Coenen, muitos
podem pensar que os termos boule e thelo têm o mesmo significado e
aplicação para todos os casos, especialmente quando os autores afirmam que uma
possível diferenciação entre os termos já não era possível desde os tempos do
Novo Testamento. Mas isso não é verdade, como os próprios Colin Brown e Lothar
Coenen chegam a demonstrar mais a frente. Essa confusão ocorre exatamente pela
falha em pensar que os termos sempre têm a mesma aplicação e significado.
Contudo, um primeiro ponto a ser observado é que os próprios autores afirmam,
claramente, que essa explicação inicial é dada no que se refere ao uso dos
termos com relação ao homem: “A vontade ou volição humana”. Esse é um detalhe importante
e que normalmente passa despercebido. Aqui, inicialmente, os autores estão se referindo
ao uso dos termos quando referidos ao ser humano.
Essa confusão, quanto ao uso dos termos, é feita
especialmente quando se trata do debate que envolve aqueles que creem na
predestinação e aqueles que creem no livre-arbítrio. Ainda, os que usam a
definição inicial de Brown e Coenen para defender o livre-arbítrio se esquecem
que os próprios autores, mais adiante, explicam o significado do termo boule no que se refere a pessoa de Deus,
da seguinte forma:
A
vontade e o propósito divinos desempenham um papel especial nos Rolos do Mar
Morto. Na “comunhão da união” os que foram eleitos conforme a vontade de Deus
representarão o Israel verdadeiro (1QS 7:6; 9:15). Nos preceitos e nos
mandamentos acham a vontade de Deus, que devem cumprir (1QS 9:13, 23; CD 3:15).
O conceito de uma predestinação fixa é expresso repetidas vezes nas palavras:
“À parte da Tua vontade, nada acontece” (cf. 1QS 11:17; 1QH 10:2); “... nada é
conhecido” (1QH 1:8; 10:9). A vontade de Deus é, portanto, a exigência prévia
irrevogável para todo o entendimento acerca da ação certa (1QH 14:13); aquele
que pratica a Sua vontade é o homem eleito (4Qp Sl 37:5). (IDEM, p.2676)
Então, os Drs. Brown e Lotar confirmam que os termos boule e thelo podem ter significados e aplicações diferentes dependendo do
seu uso. Mais adiante declaram:
No
NT, boulomai pode designar os dois tipos de volição, assim como ocorre no Gr.
hel. e na LXX.
(a)
boulomai pode, portanto, denotar a volição consciente como consequência da
reflexão específica, uma decisão da vontade. Esta volição sempre pressupõe a
possibilidade da liberdade da decisão. (i) Denota a volição humana (1 Tm 2:8;
5:14; Tt 3:8, “Quero que faças...”, a exigência apostólica); mas principalmente
sem qualquer relevância teológica [...] (ii) Mas pode também denotar a volição
de Deus (Lc 22:42; Hb 6:17; Tg 1:18; 2 Pe 3:9) ou de Jesus (Mt 11:27 par. Lc
10:22) ou o Espírito Santo (1Co 12:11).
[...]
2.
Relevância teológica é achada especialmente naquelas passagens em que o grupo
de palavras fala do “conselho”, “intenção” ou “vontade” de Deus (ou de Jesus ou
do Espírito Santo). Sempre se trata de uma determinação incontestável. (IDEM,
p.2676,2677)
Portanto, Brown e Lotar esclarecem que os termos podem ter
aplicações diferente quando utilizados para se referir ao homem ou a Deus.
Lawrence O. Richards diz que “boule” é um termo forte, indicando a intenção fixa de Deus. Que o
seu propósito está totalmente fixo e que não pode ser alterado por qualquer
ação de outros. Entre as suas doze ocorrências no Novo Testamento, por sete
vezes o termo “boule” é usado para se
referir a vontade e ao propósito de Deus (Lc 7:30; At 2:23, 4:28, 13:36, 20:27; Ef 1:11; Hb 6:17). Quando o termo é usado para
se referir a seres humanos, a palavra perde a sua força, expressando uma
intenção ou um plano que pode ou não ser alcançado (RICHARDS, 1991).
Portanto, o termo “boule”
também pode ser utilizado com um sentido variado, dependendo do seu contexto e
a quem se refere.
O Dicionário Vine, faz a seguinte afirmação:
boule
(βουλέ), derivado de uma raiz que significa “vontade”,
portanto “consulta, conselho”, deve ser distinguida de gnõme; o termo boule é o
resultado de determinação, o termo gnõme é o resultado de conhecimento. O termo
boule é traduzido por “parecer” em At 27.12 (“opinião”. ARA), literalmente,
“deram conselho”. Em At 13.36, temos acertadamente “tendo [...] servido
conforme a vontade de Deus, dormiu”. Em Lc 7.30; At 2.23; 4.28: 13.36; 20.27;
Ef 1.11: Hb 6.17 a palavra é usada para se referir ao conselho ou deliberação
de Deus. Em outras passagens, alude ao conselho ou deliberação dos homens (Lc
23.51; At 27.12.42; 1 Co 4.5) (VINE, 2002, p.495)
Ou seja, a palavra é utilizada, em alguns casos para se
referir a vontade de Deus e, em outros casos, para se referir a vontade do
homem, com sentidos diferentes. Este “fenômeno” não é incomum na Bíblia, quando
a mesma palavra é utilizada com sentidos e aplicações variadas, especialmente
quando esta palavra se refere a Deus e aos homens. Vários exemplos poderiam ser
dados, a começar pelo próprio nome de Deus, elohim.
Se este fato não for observado teremos problemas com algumas traduções do Salmo
8:5, por exemplo. Vejamos:
A definição da palavra elohim
(deus), de acordo com o Strong's Hebrew and Greek Dictionaries, é deuses
no senso ordinário; mas especificamente quando utilizado no
plural e especialmente com o artigo significa Deus supremo; ocasionalmente aplicado
por via de deferência para magistrados; e às vezes como um superlativo: anjos, Deus,
deuses, juízes. Ainda, de acordo com o Brown-Driver-Briggs' Hebrew Definitions,
o termo pode significar: Deus, deus, deuses, anjo, anjos, juízes. Por isso,
apesar do termo ser comumente utilizado para se referir a Deus, é interessante
notar o uso que o próprio Jesus fez dessa palavra em João 10:34,35, citando o
Salmo 82:6, que alude aos poderes humanos como deuses (elohim). Os anjos também são chamados assim em Jó 1:6;
2:1 e 38:7. Isso é confirmado por Champlin, Harris, Archer e Waltke.
Outro caso semelhante, de uso de uma palavra com
significados distintos, ocorre com o termo “arrepender”. Essa palavra quando
usada para se referir a Deus tem um significado diferente do que é pretendido quando
usada para se referir ao homem, como pode ser visto especialmente quando observadas
à luz de Números 23:19: “Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem,
para que se arrependa. Porventura,
tendo ele dito, não o fará? ou, havendo falado, não o cumprirá?”.
“Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe
pesou no coração” (Gn 6:6)
“Se o homem não se arrepender, Deus afiará a sua espada;
armado e teso está o seu arco” (Sl 7:12)
Quando utilizada para se referir a Deus, o termo “arrepender”
significa que o Senhor sofreu por causa do homem. Deus lamentou, de acordo com
Derek Kidner (2008, p.80). Quando utilizada para se referir ao homem, o termo “arrepender”
significa voltar a trás, se converter, de acordo com Derek Kidner (2008,
p.80,81).
Portanto, o mesmo fenômeno ocorre com “boule”. Quando utilizado em referência a Deus se refere ao aspecto
imutável do plano. Mas, quando utilizado em referência ao homem se refere a uma
simples vontade.
Ralph Earle, citando Salmond, afirma:
“a
distinção entre boule e thelema ainda é muito debatida, mas os estudiosos
continuam a ter pontos de vista precisamente opostos do mesmo”. No entanto, ele
conclui: Em uma conexão com o presente, é natural procurar uma distinção, e,
nesses casos a ideia de inteligência e deliberação parece se encaixar com boule. Esta parece ser apoiada pelo uso
que prevalece, na verdade, na maioria das passagens do Novo Testamento, e em
particular por tais ocorrências como Mt 1:19. Aqui, portanto, a vontade de Deus
que age em Seu propósito predeterminado ou decreto, ao ser declarado a sua boule ou “conselho”, é apresentado não
arbitrariamente, mas de forma inteligente e por deliberação, não sem razão, mas
por razões, mesmo que oculta de nós, mas ainda assim adequada ao mais alto padrão
e perfeita natureza moral da mente do Senhor (EARLE, 1997).
Mesmo assim, alguns permanecem na posição de que não deve
haver distinção no uso de boule e thelo, pois ambas são sinônimas,
contradizendo o que Fritz Rienecker e Cleon Rogers também afirmam, na Chave
Linguística do Novo Testamento Grego, ao comentarem Efésios 1:11: βουλήv (1-12) conselho, vontade. Expressa
conselho como referência a ação (Westcott). A palavra representa solenemente o
Todo-Poderoso manifestando-se em ação (Ellicott). θέλημα vontade. Denota a vontade em geral (Estcott) (2007,
p.387).
Curt Daniel, em The History And Theology Of Calvinism,
apresenta uma explicação sobre os usos de Boule
e Thelema, apresentando as
implicações teológicas do significado desses termos:
A.
Uma explicação popular para o paradoxo das duas principais palavras gregas para
“vontade”. A primeira é BOULOMAI (verbo) e suas duas formas substantivas, BOULE
e BOULEMA. O verbo é usado 37 vezes no N.T., os substantivos 47 vezes. Ambas
são usadas para Homem e Deus. Para Homem: 1Tm 2:8, 5:14, 6:9, Tt 3:8, Mc 15:15,
At 12:4, 25:22, e assim sucessivamente. A maioria das ocorrências se dá com
relação ao Homem. Outros se referem a vontade de Cristo (Mt 11:27, Lc 10:22), o
Espírito Santo (1Co 12:11), e até mesmo a vontade de Deus e do Homem (At
5:38-39). Porém, quando for usada com referência a Deus, normalmente fala
daquilo que nós chamamos de Vontade Secreta, ou extraordinária (veja
especialmente At 2:23, 4:28, Rm 9:19, Ef 1:11, Hb 6:17). A palavra por si só
não significa propósito incondicional ou absoluta. A vontade do homem. A
diferença é que o Homem muda os seus propósitos e nem sempre pode cumprir o que
pretende, porque Deus pode intervir de um modo especial. Por outro lado, os
propósitos de Deus são absolutos e Ele nunca muda o Seu propósito final.
B.
A outra palavra é THELO (verbo) e seus dois substantivos THELEEMA e THELEESIS.
O verbo é usado 207 vezes, os substantivos 63 vezes, ambas mais que BOULOMAI.
Alguns estudantes sugerem que esta possa ser uma palavra mais fraca que
BOULOMAI, ou que a primeira está relacionada à consulta e a segunda com o
desejo. Em qualquer caso, THELO e seus substantivos são usados para Homem e
Deus. Quando usado para Deus, recorre normalmente ao que nós chamamos a Vontade
Revelada de Deus, exigindo uma resposta do Homem. Assim, enquanto poderia ser
impreciso dizer que estas ocorrências e etimologias provam que há duas vontades
por si mesmo, elas sugerem pelo menos uma diferença entre ambas. Mas, nossas
razões são mais teológicas que linguísticas. BOULOMAI normalmente se refere
àquilo que é Segredo, THELO normalmente se refere àquilo que é Revelado.
[...]
8.
Problemas com o Paradoxo.
A.
Sempre que há um paradoxo, há problemas. A maioria tende a ver apenas um lado
do paradoxo. Consequentemente, um dos principais problemas para a doutrina
Reformada das duas vontades de Deus é que algumas pessoas negam que haja essas
duas vontades. “Como Deus pode ter duas vontades?”, perguntam os Arminianos. Os
Arminianos quase que invariavelmente rejeitam ou negam completamente que haja a
Vontade Secreta. Considerando que eles veem uma aparente contradição, escolhem
rejeitar a doutrina da Vontade Secreta. Eles fazem isto para proteger o
conteúdo da Vontade Revelada. Mas há consequências sérias para isso. Eles
terminam com uma deidade [divindade] frustrada.
[...]
F.
Contudo, outro problema que os Calvinistas enfrentam é a natureza da Vontade da
salvação Universal na Vontade Revelada. Boa parte desse problema é resolvido
quando se faz a exegese de 1Tm 2:4. Alguns dizem que a salvação só pertence à
Vontade Secreta; a Vontade Revelada só estaria relacionada com a Lei. Se fosse
assim, então o Evangelho seria um segredo - como nós poderíamos orar? A verdade
é que o chamado do Evangelho comanda a fé em tudo o que o homem ouve - Deus
permite que o homem acredite no Evangelho, por meio da Vontade Revelada. Nesse
sentido, a vontade Dele é que todos sejam salvos. Mas se lembre, a Vontade
Revelada é condicional. A vontade Dele é que todos sejam salvos por acreditar
no Evangelho. Mas Ele não pretendeu dar a fé à todos. (1980, p.245-247)
Dessa forma, Curt Daniel esclarece que a utilização de Boule (βουλὴν)
está associado a Vontade Secreta de Deus. Aqui, retornamos ao primeiro ponto
tratado na Introdução desse texto, especialmente porque estamos buscando o
entendimento daquilo que diz respeito ao que está oculto em Deus, um segredo: “Quando
tratamos do tema “Vontade de Deus”, antes de qualquer coisa, e acima de tudo, é
preciso caminhar com calma e reverência humilde. Estamos tentando, apesar de
nossas infinitas limitações, entender algo muito íntimo sobre o Criador de
todas as coisas” [...] “Caso essa ação Divina não ocorra, seremos impedidos por
nós mesmos de chegar a compreensão correta daquilo que a Sagrada Escritura nos
ensina acerca da pessoa de Deus”.
De uma forma ou de outra, o entendimento entre os eruditos
sobre a utilização de Boule (βουλὴν)
e Thelematos (θελήματος) é a de que
ambas as palavras, apesar de sinônimas, têm significâncias distintas quando
empregadas para se referir a Deus e ao homem. Se o termo Boule (βουλὴν) se refere à vontade Secreta de Deus, isso não muda a
verdade de que esta Vontade Secreta, oculta em Deus, é imutável.
Charles Hodge afirma, em sua Teologia Sistemática, quanto ao
significado das duas vontades que:
Um
juiz pode querer a felicidade de uma pessoa a quem sentencia à morte. Ele
talvez não queira que ela sofra apesar de querer que sofra. A infelicidade em
tais formas de expressão consiste em que a palavra “querer” é usada em sentidos
diferentes. Em parte da sentença, significa desejo, e na outra, propósito. É
perfeitamente consistente, pois, que Deus, como um Ser benevolente, deseje a felicidade
de todos os homens, ao mesmo tempo que propõe salvar somente a seu próprio
povo. (2001, p.306)
Edward Robinson afirma que “de acordo com Buttmann, a distinção entre βούλομαι
e θέλω é, que a última expressa uma escolha
ou propósito ativo, e a primeira mera
inclinação ou disposição passiva” (2012, p.163).
Ainda, as distinções entre esses termos também são
confirmadas por G. Schrenk (Apud Bromiley, 1990, p.108-110).
Mas, para alguns a questão ainda permanece: Por que têm significâncias
diferentes se são sinônimas?
UMA
PALVARA SOBRE O USO DE SINÔNIMOS
Hausmann afirmou que os sinônimos são palavras “da mesma
categoria gramatical, com sentido parecido e com forma diferente, que podem
intercambiar-se em determinados contextos com ou sem matizações de significado”
(1977, p.19). A matização de significado quer dizer que a palavra pode ou não
ter o mesmo significado, apesar de serem sinônimas. Portanto, acreditamos que é
necessário verificar como os sinônimos são utilizados, e um bom exemplo disso
ocorre com a palavra “mundo”, amplamente utilizada no Novo Testamento.
A palavra “mundo” no Novo Testamento, em grego, aparece de
três formas diferentes (GINGRICH; DANKER, 1984), dando-lhe assim um sentido
mais complexo e significância diferentes. São eles: 1) Oikoumenê [οικουμένη]; 2) Kosmos
[κόσμος]; 3) Aiôn [αἰῶν].
A palavra Oikoumenê
[οικουμένη] (habitado, terra habitada, humanidade etc.) é identificada com o
gênero humano. A palavra Kosmos
[κόσμος] (universo, cosmos, Terra, planeta, humanidade em geral) é identificada
com universo inteiro. A palavra Aiôn
[αἰῶν] (tempo muito longo, eternidade, sempre, século) apresenta-se em alguns
textos do Novo Testamento, em grego, com o sentido de mundo, nos quais
geralmente o termo também é aplicado quando se refere aos filhos desse mundo. Por
isso, diferentemente do que é dito, o termo ecumenismo não é oriundo de “koinonya” (comunhão), mas da expressão Oikoumenê.
Então, apesar das palavras serem sinônimas, ambas possuem
matizes que as diferenciam e que as qualificam para determinados usos com a
intenção de transmitir uma mensagem específica. Os sinônimos não ocorrem por
uma simples adequação na construção de um texto para evitar repetições, mas
também por uma necessidade específica de significado e significância. Edward
Robinson, no Léxico Grego do Novo Testamento, apresenta as variações existentes
entre esses dois termos (2012, p.162,163, 414-416), assim como Sakae Kubo
(1975), Wilfrid Haubeck e Heinrich Von Siebenthal (2010).
Um exemplo de sinônimos que podem ser utilizados em
situações distintas e com aplicações diferentes ocorre com o termo “professor”,
por exemplo. Os sinônimos de professor são: educador, mestre, mediador do
saber, docente, mentor. Contudo, os sinônimos de “professor” têm aplicações e
significâncias diferentes. Por exemplo, vejamos a diferença entre professor e
educador, que são sinônimos:
Professor. É aquele que professa ou ensina uma ciência, uma arte,
uma técnica, uma disciplina; mestre; Homem perito ou adestrado.
Educador. Muito embora seja um sinônimo de professor, o educador é
aquele que educa. Nesse caso, o professor não tem a função de educar um aluno,
mas apenas de instruir, o que são duas coisas diferentes, pois educar inclui
desenvolver as faculdades físicas, morais, intelectuais e até espirituais.
Nesse sentido, Armindo Moreira, autor do livro “Professor não é Educador”,
afirma que “essa teoria de misturar ensino com educação reproduziu crises em
todas as partes do mundo. Não é papel do professor educar uma criança. A
educação é papel dos pais” (MOREIRA, 2012). Ele ainda declara que “a educação
consiste em criar hábitos e sentimentos, papel que cabe à família, à sociedade
e à igreja” (Apud WURMEISTER, 2012, online). Portanto, podemos ver claramente
que a utilização de sinônimos nem sempre mantém o mesmo objetivo, como muitos
pensam.
Se em alguns casos a utilização de sinônimos ocorre para
evitar repetições desnecessárias que tirariam a elegância do texto, em outros
casos ocorre simplesmente porque existe uma variação de significado entre essas
palavras, e normalmente é exatamente isso que pretende o autor do texto.
Um belo exemplo bíblico que demonstra isso, de forma clara,
ocorre no próprio uso dos termos boule
e thelo, em Efésios 1:11,12:
nele, digo, no qual fomos também
feitos herança, predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as
coisas conforme o conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua
glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo (Ef 1:11,12)
Ἐν ᾧ καὶ ἐκληρώθημεν
προορισθέντες κατὰ πρόθεσιν τοῦ τὰ πάντα ἐνεργοῦντος κατὰ τὴν βουλὴν τοῦ
θελήματος αὐτοῦ.
Ao comentar esse texto, Eberhard Hahn explica claramente a utilização
dos termos boulen e thelematos quando referidos a Deus:
Aqui
Deus é caracterizado como aquele “que efetua tudo de acordo com o desígnio de
sua vontade”: a participação na herança por parte dos crentes expressa,
portanto a dedicação misericordiosa de Deus. Assim como Deus resumiu tudo em
Cristo, assim ele nos incluiu e envolveu nessa ação salvadora. Como aquele que
“efetua tudo”, cabe-lhe confiança cabal e louvor irrestrito. A duplicação
“segundo o desígnio de sua vontade” como adendo a “segundo (seu) propósito”
volta a enfatizar a soberania da decisão de Deus. (2006, p.14)
Ainda, sobre esse mesmo texto, Francis Foulkes afirma:
[...]
tal propósito não é como planos ou projetos da história, os quais se
concretizam ao sabor das circunstâncias, à medida que passam os anos e séculos.
Esse propósito parte de um Deus pessoal que está ativo no mundo, operando Sua
própria vontade em sabedoria e graça (Rm 8:28). As palavras aqui usadas possuem
esta força: primeiro, da ação de Deus “impulsar” (energountos) ou seja “energizar” todas as coisas; portanto Seu
plano determinado (boule; At 2:23; 4:38; 13:36; 20:27); portanto Seu querer ou
vontade (thelema; VS. 5 e 9) (2008,
p.47)
Com isso, fica claro que a utilização dos termos Boule (βουλὴν) e Thelematos (θελήματος), quando aplicados a Deus, dizem respeito ao Seu plano determinado e Seu querer ou vontade
imutáveis, respectivamente. Diferentemente de seu significado, quando utilizadas
para se referir ao homem.
O USO DAS
PALAVRAS EM SEUS CONTEXTOS
A utilização de palavras pode ter uma gama de variações, sentidos
e aplicações, dependendo do contexto em que são utilizadas e para que finalidades
são empregadas. Esse, porém, é um cuidado que poucos têm tido, especialmente no
que se refere à interpretação da Sagrada Escritura. Por falta desse cuidado, muitos
têm cometido o equívoco de pensar que sempre que um termo aparecer no texto bíblico
possuirá o mesmo significado e significância.
Mais dois exemplos comuns e cotidianos podem ser dados, quanto
ao uso dos termos “escatologia” e “economia”. Vejamos:
1.
“Escatologia”, tanto na Teologia quanto na Filosofia,
é o estudo das últimas coisas, dos últimos eventos. Na Biologia e na Medicina, a
escatologia, conhecida também como coprologia, é o tratado acerca dos excrementos.
Na Psicologia, a escatologia é uma espécie de obsessão por excrementos. Na Literatura,
a escatologia é o termo utilizado para se referir a escritos, normalmente humorísticos,
que fazem menção aos excrementos.
2.
“Economia”, como ciência, é o tratado dos
fenômenos relativos a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Na Filosofia,
é o estudo da moral e das origens da economia mundial. Na Teologia, é a forma
pela qual o Senhor realiza seus propósitos.
Esses são exemplos comuns que podem nos ajudar a compreender
melhor que, dependendo do contexto em que o termo está inserido, a palavra pode
ter um significado diferente e uma aplicação diferente. Portanto, uma palavra
ou frase pode receber diversas interpretações, dependendo do contexto em que
está inserida, exatamente como ocorre com Boulé
e Thelematos. Por exemplo, alguém
estava falando sobre “manga”, o alfaiate pensou que era a manga: peça da
camisa; o feirante pensou que era a manga: fruta; o nordestino pensou que era
manga: zombaria; o cozinheiro pensou que era a manga: um filtro para líquidos;
o mecânico pensou que era a manga: uma peça que reveste outra, um tubo; o
interiorano pensou que era uma manga: tromba d’água; o camponês pensou que era
uma manga: peça do lampião, da lamparina.
Espere um pouco. Lampião? Quando se ouviu falar em “Lampião”
o historiador pensou que era o cangaceiro e o agricultor pensou que era uma
luminária a gás.
A interpretação bíblica é parecida com isso. Então, antes de
dar o veredicto final, observe o contexto que envolve a palavra, a expressão ou
a frase e para quem esse texto está falando, pois o autor pode estar falando de
uma fruta e o leitor pensar que é uma lamparina. Pode estar falando de um
objeto e o leitor pensar que é uma pessoa. Pode estar fazendo a aplicação de um
termo referente a Deus, com suas inferências e aplicações, e o leitor pensar que
está se referindo ao homem, o que poderá mudar a sua aplicação e sentido.
Todos esses exemplos ilustram muito bem o que ocorre com a
interpretação da Bíblia, pois em muitos casos o escritor bíblico está dizendo
algo e o leitor está entendendo outra coisa totalmente diferente. É exatamente
isso que ocorre com aqueles que fazem parte do Movimento da Fé, quando dizem
que “a letra mata” (2Co 3:6), que “tudo posso naquele que me fortalece” (Fp
4:13), que “somos deuses” (Sl 82:6), que “todo lugar que pisar a planta do
vosso pé, vo-lo tenho dado” (Js 1:3), que tudo que pedirdes em nome de Jesus
Ele fará (Jo 14:13) e tantas outras coisas. É exatamente isso que ocorre com aqueles
que não compreendem as diferenciações que existem entre os termos “logos” e “rhema”
e que originam a crença em que palavras têm poder. É exatamente aqui que se mantém
a discordância entre arminianos e calvinistas quanto ao uso de Boulé e Thelematos.
Me parece, por isso, que é nesse ponto que surgem boa parte das
divergências teológicas quanto a interpretação dos textos bíblicos.
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Acesso em: 04 nov 2014.
[1]
A Helps Word-studies está disponível online para versão de teste
(thediscoverybible.com) e é recomendada por John MacArthur, que diz: “A
Discovery Bible, por Gary Hill, abre o sentido do texto grego, mesmo para
aqueles que não estão habilitados a fazer o estudo da língua em primeira mão”.
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