segunda-feira, 21 de setembro de 2015

PROBLEMAS EMOCIONAIS NO MINISTÉRIO PASTORAL


Robson T. Fernandes

A carga emocional, pressões, frustrações, ansiedade, exigências e decepções presentes no ministério pastoral tornam esse ofício um dos mais perigosos do mundo, no que se refere a distúrbios psicológicos. Boa parte das pessoas não tem ideia dos efeitos nocivos a que os pastores estão expostos.

Tenho visto muitas ovelhas afirmando que os pastores são culpados por seus problemas e frustrações com a igreja. De fato, eu mesmo já sofri com isso na pele, e posso dizer que até certa medida é verdade, dada a quantidade de falsos mestres e "obreiros" despreparados ou fraudulentos e sem caráter que se encontram no seio da Igreja de hoje. Mas, esse é só um lado da moeda.

Do outro lado da moeda, em pesquisas recentes, constatou-se que entre os evangélicos que enfrentam transtornos psiquiátricos 26% é composto por pastores. O que dizer sobre esse dado alarmante?

No dia 23 de dezembro de 2014 postei, em meu perfil do Facebook, sobre uma pesquisa que revela uma série de problemas psicológicos que afligem os pastores, com os seguintes dados:

"Em pesquisa realizada pelo Centro de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos, 70% dos pastores lutam constantemente com a depressão, 70% deles acreditam que não tem um amigo próximo, 71% se dizem esgotados, 72% dizem que só estudam a Bíblia quando estão preparando sermões, e 80% acreditam que o ministério pastoral tem afetado negativamente as suas famílias. A expectativa, segundo o relatório do estudo, é de que 80% dos atuais seminaristas vão deixar o ministério apenas 5 anos depois de formados"[1].

"Uma onda de suicídios entre pastores está levando a mídia cristã nos Estados Unidos a questionar o que estaria levando os líderes religiosos a um desespero tão intenso"[2].

"O estudo mais recente, feito com 1.726 pastores, descobriu que o cargo expõe os ministros a um risco de depressão e ansiedade muito maior do que outras atividades profissionais"[3].

Agora, no dia 05 de setembro de 2015, foi publicada uma pesquisa que "revela por que pastores abandonam o ministério"[4], com os seguintes dados:

84% dizem que estão de plantão 24 horas por dia.
80% esperam conflitos em sua igreja.
54% acreditam que ser pastor frequentemente os sobrecarrega.
53% preocupam-se seguidamente com a saúde financeira de sua família.
48% sentem frequentemente que as exigências do ministério são maiores do que eles conseguem lidar.
21% dizem que sua igreja tem expectativas irrealistas sobre eles.

Scott McConnell, vice-presidente da LifeWay Research, afirmou que 29.000 pastores evangélicos deixaram o pastorado na última década, uma média de menos de 250 por mês.

No dia 07 de maio de 2010 a Revista Veja[5] publicou sobre as profissões que mais produzem estresse e problemas psicológicos. As profissões (ofícios) que levam a beira de um ataque de nervos. Entre elas estão: Controlador de tráfego aéreo, Operador da bolsa de valores, Jornalista, Socorrista, Motorista, Professor, Operador de telemarketing, Juiz de futebol e Especialista em Tecnologia da Informação. Mas, em 9º Lugar está o ofício de Líder Religioso como um dos ofícios mais perigosos.

E agora, o que fazer? O que dizer? Onde está o problema? Como ajudar a mudar esse quadro?


[1] Disponível em: http://www.exibirgospel.com.br/2012-04-30-21-00-19/1629-capa.html

[2] Disponível em: http://noticias.gospelmais.com.br/serie-suicidios-pastores-acende-alerta-depressao-63378.html

[3] Disponível em: http://noticias.gospelmais.com.br/pastores-sofrem-depressao-ansiedade-estudo-60147.html

[4] Disponível em: http://noticias.gospelprime.com.br/pesquisa-pastores-abandonam-ministerio/

[5] Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/10-mais/variedades/os-10-profissionais-a-beira-de-um-ataque-de-nervos/2/#ancoratopo