Robson T. Fernandes
A carga emocional, pressões, frustrações, ansiedade, exigências e decepções presentes no ministério pastoral tornam esse ofício um dos mais perigosos do mundo, no que se refere a distúrbios psicológicos. Boa parte das pessoas não tem ideia dos efeitos nocivos a que os pastores estão expostos.
Tenho visto
muitas ovelhas afirmando que os pastores são culpados por seus problemas e
frustrações com a igreja. De fato, eu mesmo já sofri com isso na pele, e posso
dizer que até certa medida é verdade, dada a quantidade de falsos mestres e
"obreiros" despreparados ou fraudulentos e sem caráter que se
encontram no seio da Igreja de hoje. Mas, esse é só um lado da moeda.
Do outro lado da
moeda, em pesquisas recentes, constatou-se que entre os evangélicos que
enfrentam transtornos psiquiátricos 26% é composto por pastores. O que dizer
sobre esse dado alarmante?
No dia 23 de
dezembro de 2014 postei, em meu perfil do Facebook, sobre uma pesquisa que
revela uma série de problemas psicológicos que afligem os pastores, com os
seguintes dados:
"Em pesquisa
realizada pelo Centro de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos, 70% dos pastores
lutam constantemente com a depressão, 70% deles acreditam que não tem um amigo
próximo, 71% se dizem esgotados, 72% dizem que só estudam a Bíblia quando estão
preparando sermões, e 80% acreditam que o ministério pastoral tem afetado
negativamente as suas famílias. A expectativa, segundo o relatório do estudo, é
de que 80% dos atuais seminaristas vão deixar o ministério apenas 5 anos depois
de formados"[1].
"Uma onda de
suicídios entre pastores está levando a mídia cristã nos Estados Unidos a
questionar o que estaria levando os líderes religiosos a um desespero tão
intenso"[2].
"O estudo
mais recente, feito com 1.726 pastores, descobriu que o cargo expõe os
ministros a um risco de depressão e ansiedade muito maior do que outras
atividades profissionais"[3].
Agora, no dia 05
de setembro de 2015, foi publicada uma pesquisa que "revela por que
pastores abandonam o ministério"[4], com os
seguintes dados:
84% dizem que
estão de plantão 24 horas por dia.
80% esperam conflitos
em sua igreja.
54% acreditam que
ser pastor frequentemente os sobrecarrega.
53% preocupam-se
seguidamente com a saúde financeira de sua família.
48% sentem
frequentemente que as exigências do ministério são maiores do que eles
conseguem lidar.
21% dizem que sua
igreja tem expectativas irrealistas sobre eles.
Scott McConnell,
vice-presidente da LifeWay Research, afirmou que 29.000 pastores evangélicos
deixaram o pastorado na última década, uma média de menos de 250 por mês.
No dia 07 de maio
de 2010 a Revista Veja[5] publicou
sobre as profissões que mais produzem estresse e problemas psicológicos. As
profissões (ofícios) que levam a beira de um ataque de nervos. Entre elas
estão: Controlador de tráfego aéreo, Operador da bolsa de valores, Jornalista,
Socorrista, Motorista, Professor, Operador de telemarketing, Juiz de futebol e
Especialista em Tecnologia da Informação. Mas, em 9º Lugar está o ofício de
Líder Religioso como um dos ofícios mais perigosos.
E agora, o que
fazer? O que dizer? Onde está o problema? Como ajudar a mudar esse quadro?
[1]
Disponível em: http://www.exibirgospel.com.br/2012-04-30-21-00-19/1629-capa.html
[2]
Disponível em: http://noticias.gospelmais.com.br/serie-suicidios-pastores-acende-alerta-depressao-63378.html
[3]
Disponível em: http://noticias.gospelmais.com.br/pastores-sofrem-depressao-ansiedade-estudo-60147.html
[4]
Disponível em: http://noticias.gospelprime.com.br/pesquisa-pastores-abandonam-ministerio/
[5]
Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/10-mais/variedades/os-10-profissionais-a-beira-de-um-ataque-de-nervos/2/#ancoratopo