sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

UM CLAMOR PELA IGREJA


Muitas vezes tenho vontade de escrever certas coisas na esperança que isso ajude alguns a abrir os olhos. Mas, de repente, me sinto tão indignado com os absurdos que tenho visto que é preciso vigiar para não me deixar levar por um sentimento que não glorificará a Deus. Buscar esse equilíbrio, o equilíbrio nas emoções e nas intenções, nem sempre é fácil. Então, apesar de minha indignação e de um possível desequilíbrio, gerado pelas minhas enormes limitações, apesar de mim mesmo, de quem eu sou, e apesar de não ser o exemplo que eu deveria ser, só quero dizer que eu estou farto de ver pessoas, sejam pregadores ou ouvintes, pastores ou ovelhas, líderes ou liderados, usando a Obra de Deus para ter algum lucro. Eu estou sentindo um nojo cada vez maior de ver pessoas que dizem querer seguir a Jesus quando na verdade a única coisa que querem é se dar bem, sair na foto, serem vistas, se tornarem conhecidas, serem elogiadas, receberem títulos e lucrar às custas do Evangelho. Eu sinto ânsia de vômito ao ver o que estão fazendo em nome de Jesus. Eu sinto verdadeira rejeição por pessoas que buscam alienar o povo com seu legalismo hipócrita e farisaico, com sua moralidade e regrinhas religiosas distorcidas, com sua religiosidade do inferno.

Eu sei. Eu sei. Eu sei que esse tipo de sentimento me faz mal. Eu sei que esse tipo de emoção só prejudicará a mim mesmo, e que muito provavelmente enquanto eu fico com muita raiva por ver o que essas pessoas fazem, provavelmente essas mesmas pessoas não estão nem um pouco preocupadas comigo, e que provavelmente enquanto fico indignado essas mesmas pessoas devem dar risadas. Mas, saibam claramente de duas coisas: 1ª) Não estou preocupado com o que essas pessoas pensam sobre mim; 2ª) A minha indignação não se dá por causa de outro motivo que não seja a enorme tristeza de ver no que têm transformado o Evangelho, no que têm feito à Igreja e como têm agredido a Glória de Cristo.
Eu sinto que talvez, e só talvez, a minha dor seja semelhante àquela daqueles que lá no céu clamam a Deus por uma resposta, por uma ação direta. O meu sentimento, se não estiver enganado, é parecido com aquele que os salvos têm quando pedem, face a face com o Senhor, "Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?" (Ap 6:10).

Eu estou com nojo, não existe outra palavra mais educada para descrever o que sinto. É nojo mesmo. Estou com nojo de honrarias que são dadas para comprar líderes e enganar o povo. Estou com nojo de pregadores que querem ser conhecidos pelo que não são, que querem usar a fama de outros para se tornarem famosos. Estou com nojo de ver pessoas puxando o tapete de outros em nome de Deus, posando de espirituais e servos do Senhor quando na verdade a única coisa que têm sido é invejosos, gananciosos, medrosos, ditadores e usurpadores. Estou com nojo de ver líderes e liderados, que usam Deus como uma desculpa para manter seus impérios e seus interesses. Meu nojo aumenta quando vejo que, apesar de tudo isso, ainda usam Deus como máscara para encobrir seus pecados e para lhes dar uma autoridade que não têm.

Eu sei. Eu sei. A Internet não é consultório de psicólogo. Saiba também que eu não estou aqui para isso. Não! Não vim aqui para desabafar. Isso eu faço no meu quarto em secreto com o Pai Celestial.

Eu só escrevei esse texto, não como desabafo, mas como mais uma tentativa de abrir os olhos de alguém, para que pelo menos uma pessoa, uma única pessoa, sinta aqui na Terra aquilo que a Bíblia diz que os salvos lá no céu sentem diante dessas coisas (Ap 6:10). Então, minha intenção não é comover ninguém e nem desabafar, mas de alguma forma arregimentar um número cada vez maior de pessoas que não estejam satisfeitas com os rumos da Igreja Brasileira, para que possamos engrossar a fileira daqueles que oram pela Igreja de Jesus Cristo, que derramam lágrimas pela Obra de Deus e pelos pecadores, que se sacrificam pelo Evangelho Genuíno e que têm a coragem de dar a cara a tapa por aquilo que realmente vale a pena.

Robson T. Fernandes, um pastor que deseja ser um servo.