quarta-feira, 18 de agosto de 2010

MISSÕES NO FIM DOS TEMPOS - PARTE 1

Autor: Prof. Robson T. Fernandes

“Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!”
Romanos 10:13-15

Hoje, temos encontrado na igreja um quadro caótico entre aquele que se dizem seguidores de Cristo, pois a grande maioria tem demonstrado desconhecimento da história, ignorância teológica e acomodação ao secular. Muitos têm abandonado o primeiro amor (Ap 2:4), têm tolerado a doutrina de Balaão (Ap 2:14) e dos nicolaítas (Ap 2:15), têm suportado falsos profetas e falsas profetizas (Ap 2:20), têm falado de vida, mas tem se entregue à morte (Ap 3:1), têm tolerado em seu meio alguns que são da sinagoga de Satanás (Ap 3:9), têm se portado sem fervor e andado na mornidão (Ap 3:16), têm buscado as riquezas materiais e tentado arraigar raízes neste mundo, mas têm esquecido que fazendo assim estão se tornando infelizes, miseráveis, pobres, cegos e nus (Ap 3:17).


O princípio básico da libertação está no conhecimento da Verdade (Jo 8:32), porém este conhecimento só vem através do estudo (Os 4:6). Todavia, este estudo tem sido negligenciado, ou, pelo menos, a qualidade e aperfeiçoamento deste estudo.

Ao longo de cerca de dez anos lecionando apologética, fé e ciência e hermenêutica, tenho observado o efeito construtivo do estudo bíblico na vida das pessoas, e como as mesmas têm se mostrado firmes contra as investidas dos falsos ensinos e contra os ataques dos hereges e falsos profetas. Portanto, acredito que boa parte dos problemas que existem hoje na igreja, como escândalos e falsos ensinos, seriam grandemente amenizados se as igrejas voltassem a sua atenção com todo o carinho e dedicação ao ensino bíblico, hermeneuticamente contextualizado, buscando praticá-lo com toda diligência e respeito que é devido, pois “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8:32), e a única forma de caminhar em santidade, após ter sido regenerado pela obra de Cristo, é observar a Palavra de Deus (Sl 119:9).

A igreja precisa de uma reforma na pós-modernidade, e esta reforma deve possuir seu alicerce na Escritura, se comportando de forma prática como “coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3:15), sendo em todo o tempo “firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor” (1Co 15:58) e que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16:18).

Adoniran Judson, missionário americano que atuou na Birmânia (Myanmar) por quase 40 anos, disse que “muitos crentes consagrados jamais atingirão os campos missionários com os seus próprios pés, mas poderão alcançá-los com os seus joelhos”.

Entendemos, além de todos os problemas já existentes e notórios, que a situação missionária atual não é das melhores, pois das 258 tribos indígenas brasileiras apenas 34 possuem o Novo Testamento em sua língua. Isto é, 136 não têm nada da Bíblia traduzido, e 118 não possuem missionários. A janela 10/40, a área mais perigosa do mundo para se pregar o Evangelho, possui os 62 países menos evangelizados do mundo, 97% dos povos não alcançados e 82% da população mais pobre do mundo. Nesses países nos deparamos com os seguintes dados:

- Existe apenas 8% da força missionária mundial;
- Existem 100 milhões de crianças vivendo nas ruas, e para cada 5 nascidas, 2 são abortadas (isto é, 40%);
- Existem 19 milhões de refugiados por causa de guerras e conflitos;
- Existem 22 milhões de prostitutas;
- Existem 520 milhões de favelados em condições subumanas;
- Existem 2,3 bilhões são pessoas não alcançadas.

No mundo existem 8.000 povos ainda não alcançados, isto é, 33,33%. Existem 6.809 línguas no mundo, mas apenas 333 povos (5%) têm a Bíblia toda traduzida, 1.140 povos (17%) possuem trechos da Bíblia, 500 povos (7%) têm o Novo Testamento traduzido, 4.500 povos (66%) possuem nada da Bíblia traduzida.
De 8.095 cidades na Espanha, 7.540 (93%) não possui igreja evangélica. Existem apenas 0,22% de evangélicos na Espanha. Existem apenas 0,4% de evangélicos na Grécia.

Atualmente é proibido falar de Jesus, vender bíblia, construir templos e pregar o Evangelho nas terras bíblicas.

A Índia possui 600.000 cidades e vilas. Porém, 500.000 (83%) não possuem missionários.

Na China, existem 500.000.000 pessoas que nunca ouviram falar de Jesus.

Na última estatística, calculou-se que morrem 85.000 pessoas no mundo por dia, sem terem ouvido sobre Jesus.

Menos de 1% das finanças da Igreja brasileira são investidos em missões, e a média de investimento em missões, do crente brasileiro, é de R$ 1,30 por ano.

David J. Hesselgrave enxergou essa preocupação e declarou que “se quiseres fazer alguma coisa para durar uma estação, plante flores; Se quiseres fazer alguma coisa para durar uma vida, plante árvores; Se quiseres fazer alguma coisa para durar uma eternidade, plante igrejas”.

Patrick Johnstone, autor do livro Intercessão Mundial disse que “os pobres das cidades são as pessoas do mundo mais receptivas ao Evangelho. Mas, ao mesmo tempo, são as menos evangelizadas”.

No Brasil existem, segundo o censo do IBGE do ano 2000, 71 cidades com menos de 1% de evangélicos. A média de evangélicos nas regiões brasileiras é de 15,41%. Porém, no Nordeste a média é de 10,26%. Em 12 estados brasileiros a taxa está acima de 20%. Porém, no Nordeste não há nenhum estado com mais de 15% de evangélicos. Em 6 estados do Nordeste a população de evangélicos está abaixo de 10% (AL, CE, PB, PI, RN e SE). Desses 6 estados, a Paraíba é o que possui a maior concentração de cidades com menos de 5% de evangélicos. Alagoas possui a maior concentração de cidades com menos de 1% de evangélicos. O Piauí é o que possui a população com o menor percentual de evangélicos do país. 11 cidades brasileiras possuem o índice de “0” (zero) evangélicos. O Rio Grande do Sul é o estado com o maior número de cidades com índice "zero" de evangélicos (9 cidades). Existem 11 cidades no Brasil sem nenhuma presença evangélica. São elas:

Queluzito (MG), Carrapateira (PB), Boa Vista do Sul (RS), Nova Alvorada (RS), Nova Roma do Sul (RS), Protásio Alves (RS), Relvado (RS), Santo Antônio do Palma (RS), São Jorge (RS), União da Serra (RS), Vespasiano Correa (RS).

“Não são os grandes homens que transformam o mundo, mas sim os fracos e pequenos nas mãos de um grande Deus”
Hudson Taylor

Elton Trueblood declarou que “o evangelismo ocorre quando o crente fica tão inflamado em contato com o fogo central de Cristo, que, por sua vez, põe fogo nos outros”.

É importante entender que você pode evangelizar sem amar, mas você não pode amar sem evangelizar.

A origem da evangelização está em uma vida que foi impactada e transformada pelo poder de Deus. Esta vida, por sua vez, irá impactar outras vidas.

Muito se fala sobre evangelização e técnicas ou estratégias evangelísticas, todavia o nosso foco aqui, não é passar estratégias de avanços evangelísticos, mas conscientizar sobre a real necessidade da evangelização, que é o foco central da igreja.

Com isso, é fundamental entender que o evangelismo só será eficaz se a vida daquele que evangeliza estiver de acordo com as suas palavras. Dwight L. Moody declarou que “de cem homens, um lerá a Bíblia; noventa e nove lerão o cristão”.

Os motivos principais para a evangelização podem envolver nosso relacionamento com Deus, ao glorificar a Deus, demonstrar gratidão a Deus e amor por Deus, e o nosso relacionamento com o próximo, ao demonstrar amor às almas, demonstrar o amor de Deus à humanidade, demonstrar preocupação com a condição do homem no pecado, mostrar alegria de ser obediente e favorecer o próximo e mostrar alegria de ver o destino de um ser humano mudado por toda a eternidade.

A evangelização não é uma opção mas uma ordenança, já que encontramos o imperativo “IDE”.

Nessa tarefa, que os anjos desejam executar, muitas dificuldades surgem com o intuito de nos fazer desistir da obediência. Muitas vezes até pensamos se vale a pena sofrer por alguém que está zombando de nós e até nos escarnecendo. Todavia, devemos lembrar que Jesus enfrentou situações piores, e até nós mesmos um dia já fomos escarnecedores e zombares.

No contexto do fim dos tempos, é importante salientar que o arrebatamento da Igreja não está condicionado a nenhuma atitude ou evento. Isto é, Cristo não depende de nada nem de nenhum ser humano para voltar e resgatar a Sua igreja.

CONTINUA ...