sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

UMA BREVE INTRODUÇÃO AO SALMO 51


Robson T. Fernandes
O Salmo 51 é o quarto e maior dos sete salmos penitenciais. O salmo penitencial é marcado pelo arrependimento ou pesar pela falta cometida. É um salmo de aflição, tormento e lamentação.

Talvez este não seja o salmo mais conhecido de toda a Bíblia, como é o caso do Salmo 01, 23 ou 119. Mas, certamente, esse é um dos salmos mais cantados em toda a história e um dos salmos mais utilizados nas celebrações religiosas. O versículo 15 é recitado como um prefácio à Amidá, a oração central do Sidur na liturgia judaica. É um dos salmos utilizados mais frequentemente na Igreja Ortodoxa, e nas Igrejas Católicas Orientais. Na Igreja Copta, este salmo é recitado em cada ofício ao longo do dia, como uma oração de confissão e arrependimento.

Durante o Renascimento muitos compositores compuseram sobre esse Texto Sagrado, chamando-o de Miserere, que em latim significa Misericórdia:
1. Em 1480, por Johannes Martini;
2. Em 1498, composta pelo reformador Girolamo Savonarola, na prisão, intitulada Infelix ego;
3. Entre 1503 e 1504, por Josquin des Prez;
4. Séc. XVI, por Orlande de Lassus, Andrea Gabrieli, Giovanni Gabrieli e Carlo Gesualdo;
5. Séc. XVII e XVIII, por Antonio Vivaldi;
6. Séc. XVIII, por Johann Sebastian Bach, compositor luterano;
7. Séc. XVIII, Giovanni Battista Pergolesi;
8. Séc. XVII, Gregorio Allegri, e reproduzida de ouvido pelo jovem Wolfgang Amadeus Mozart, quando tinha apenas 14 anos de idade.
Na atualidade, cantores e compositores têm catando este salmo, a exemplo de Jônatas Ferreira, Naielly Leite e Filipe Oliveira, Talyta, Daniel Lüdtke, Gerson Cardozo, Josué Barbosa Lira, Cristiano Pinheiro, Jill Viegas, Marcos Witt, Seth Condrey, Evelyn Caceres, Dan Rosales, Marino e Coalo Zamorano.

O contexto histórico deste salmo se encaixa naquilo que 2 Samuel 11 e 12 descreve, quando o rei Davi adulterou com Bate-Seba e assassinou seu fiel guerreiro Urias, para ficar com sua esposa.

Este salmo apresenta a seguinte estrutura:
1. Petição (v.1,2)
2. Confissão (v.3-5)
3. Restauração (v.6-9)
4. Renovação interior (v.10-13)
5. Adoração humilde (v.14-17)
6. Intercessão (v.18,19)
Após ser confrontado pelo profeta Natã encontramos aqui um Davi diferente daquele maquiavélico e cínico. Nós encontramos aqui um homem quebrantado, humilde e dependente da graça de Deus.