quinta-feira, 27 de março de 2014

PENSANDO SOBRE A SALVAÇÃO


 Pr. Robson T. Fernandes

Fiquei muito tempo me perguntando o que era que Deus tinha visto em mim para me dar a salvação. Fazia isso porque achava que existia algo em mim que pudesse ser digno de receber tamanha bênção, até que finalmente comecei a entender que fui salvo pela GRAÇA, que quer dizer um “favor sem merecimento” (Ef 2:8,9). Entendi, primeiramente, que não merecia isso (Rm 3:12).

Depois entendi que a graça é derramada pela fé, aí fiquei pensando que o motivo de minha salvação era a minha fé. Finalmente eu entendi que a fé é um presente (Rm 12:3; Ef 2:8,9), assim como a graça. A fé é um dom que é dado por Deus, e Ele dá o dom segundo seu propósito (Sl 115:3; 1Co 12:7). Então, me perguntei: por que eu? Finalmente entendi que a questão não era eu. Isso nunca disse respeito tão somente a mim. Tudo isso está relacionado à Deus (Jo 3:16), à quem Deus é (1Jo 4:8,16) e o que Ele pode fazer (Jó 42:2). Entendi que se a salvação é manifestação do amor de Deus, então a questão é o amor de Deus e não o meu. Se a salvação é algo que diz respeito à fé, precisei entender que a fé também é um dom de Deus. Se a salvação é algo que diz respeito à Graça, então entendi que a Graça também é um presente de Deus. Fiquei me perguntando sobre a minha capacidade de entender essas coisas, até que, finalmente, entendi também que a capacidade de entender algo vem de Deus porque sem Ele não podemos fazer nada (Jo 15:5), e mais, entendi que sem a ação do Espírito Santo o homem natural está morto (Ef 2:1) e por isso não entende as coisas de Deus (1Co 2:14). Daí, fiquei pensando sobre a capacidade de um morto entender alguma coisa. Entendi que ele só poderá responder a algum chamado se estiver vivo, mas como alguém pode dar vida à si mesmo? (Jo 15:16) Entendi, então, que a revivificação é algo que Deus faz (Ef 2:1). 

Depois de tudo isso, fiquei pensando sobre a minha situação de pecador, agora vivo, até que entendi que quem foi vivificado foi liberto do poder da morte e do pecado (Rm 6:17,18; Ap 1:5,6) e agora vive para Cristo (Rm 8:10; Gl 2:20). Isso tudo foi enchendo o meu coração e preenchendo os vazios que existiam em minha alma. Mas, em um dado momento de todo esse pensamento me veio a tentação de ficar orgulhoso por ter sido escolhido por Deus, mas aí pensei mais um pouco e entendi que não tenho razão para ficar orgulhoso porque a única coisa que fiz em todo esse processo foi simplesmente responder ao chamado que me foi feito (Rm 8:29,30), diante de uma obra que não foi operada por mim, e que, portanto, se tornou, por si só, irresistível (2Cr 20:6; Dn 4:35). E mais, só pude responder a esse chamado porque Ele tornou isso possível (Fp 2:13). Portanto, a única coisa que me resta é entender que a única coisa que devo e que posso fazer é viver para a glória Daquele que merece toda a glória (Rm 11:36; Ef 1:3,4; Hb 13:20,21), pois tudo isso se trata de quem Ele é e não de quem eu sou, pois a iniciativa foi Dele, o trabalho foi Dele e a manutenção de tudo isso é Dele. Quanto a mim, só resta glorificá-Lo por isso.


Tudo isso mudou minha forma de pensar, de agir e de ver o mundo.