segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

"ARDI: O ANCESTRAL HUMANO?" OU "ARDIL: MAIS UMA FRAUDE EVOLUCIONISTA?"


Robson T. Fernandes

Por volta do mês de outubro de 2009 alguns evolucionistas me escreveram afirmando que o ancestral humano havia sido encontrado e que, agora, estava comprovada a hipótese evolucionista acerca da ancestralidade humana com os símios através da descoberta do fóssil denominado de Ardipithecus ramidus, carinhosamente apelidado de "Ardi".


Na ocasião afirmei que seriam necessários dois elementos: 1) tempo e 2) paciência. Isso mesmo, porque – como sempre – o tempo tem sido o maior inimigo do evolucionismo, já que com apenas um pouco de paciência o tempo se encarregaria de mostrar que essa seria mais uma fraude evolucionista.

No dia 01 de outubro de 2009 o O GLOBO publicou uma matéria cujo título era: “Cientistas encontram mais antigo ancestral humano, que viveu há 4,4 milhões de anos”. Nesta, declaravam que, segundo os pesquisadores na revista Science, a "Ardi" seria claramente um ancestral humano. 


Evolucionistas do mundo inteiro estiveram atônitos com a mais nova descoberta.






Tim White, da Universidade da Califórnia e um dos líderes da equipe de cientistas, afirmou que:
Ardipithecus é uma forma não especializada que ainda não evoluiu muito em comparação com o Australopithecus... E quando olhamos para [Ardi] da cabeça aos pés, o que vemos é uma criatura-mosaico, que não é nem chimpanzé, nem humana [1].
Ainda, Owen Lovejoy e sua equipe da Universidade Estadual do Ohio fizeram a seguinte declaração:
[...] esta descoberta [...] põe um ponto final a anos de especulação sobre o decorrer da evolução humana. [...] Foram os símios africanos que evoluíram desde os tempos do nosso último antepassado comum, não os humanos nem os seus antepassados hominídeos mais imediatos. As mãos dos primeiros hominídeos eram menos parecidas com as dos símios do que as nossas [...] [2].
David Pilbeam, curador de paleoantropologia do Museu de Arqueologia e Etnologia de Harvard, declarou que:

Esta é uma das descobertas mais importantes para o estudo da evolução humana [...] É relativamente completo, na medida em que ficaram preservadas a cabeça, as mãos, os pés e algumas outras partes importantes. Ele representa um gênero possivelmente ancestral dos Australopithecus – que eram ancestrais do nosso gênero Homo [3].
Enfim, todos estavam eufóricos e entusiasmados com a suposta descoberta que colocaria um ponto final nas proposições criacionistas e alicerçaria definitivamente a hipótese evolucionista.

Porém, aquilo que parecia ser um ponto final termina por transformar-se em apenas uma vírgula, pois a história continua.

A Nature News publicou, em 27 de maio de 2010, uma matéria com o título "Ardi may be more ape than human" (Ardi pode ser mais macaco do que humano), na qual começa a descartar a possibilidade de Ardi ser um transicional [4].

  
O jornal a Folha publicou, em 28 de maio de 2010, uma matéria com o título “Estudo diz que Ardi, de 4,4 milhões de anos, não é ancestral do homem”, na qual declara que “o "rebaixamento" da espécie de Ardi está sendo proposto nas páginas da prestigiosa revista especializada "Science", a mesma que alçou a suposta fêmea de hominídeo (ancestral humano) à categoria de descoberta do ano em 2009” [5].


Ainda, a Folha afirma que apesar de Tim White, da Universidade da Califórnia em Berkeley, afirmar que “Ardi e seus companheiros de espécie estariam entre os primeiros primatas a comprovadamente caminhar com duas pernas, tal como o homem” o Dr. Esteban Sarmiento, primatologista da Fundação Evolução Humana, em Nova Jersey, declarou que isso era uma “Besteira” e que:

Ardipithecus é um quadrúpede palmígrado [ou seja, apoiava-se nas plantas das quatro patas], e não um bípede. Aliás, é muito difícil dizer se o fóssil [Ardi] era um macho ou uma fêmea”. A Folha continua afirmando que “o animal seria, na verdade, um grande macaco africano primitivo [6].
O Dr. Lee Berger, da Universidade do Witwatersrand (África do Sul), fez a seuinte declaração
Embora o Dr. White e seus colegas tenham descoberto um fóssil fabuloso de grande macaco, tentaram forçar a mão e transformá-lo num hominídeo, coisa para a qual não há base nenhuma [...] Creio que esse é só o primeiro de uma avalanche de artigos. Apesar da força considerável de personalidade do Dr. White, nem ele é capaz de forçar a área a aceitar o A. ramidus como hominídeo [7].
Enfim, mais uma vez o passar dos anos tem se tornado um longo e pontiagudo espinho que está a espetar profundamente a filosofia [8] religiosa [9] e pseudocientífica [10] do evolucionismo.

Contudo, no dia 06 de março de 2010 o The Lancet publicou um artigo no qual revelava que:

Em 2009, com o aniversário dos 200 anos do nascimento de Darwin, o conceito de Darwinismo tornou-se tão popular que foi celebrado na maioria das revistas de biologia. No entanto, a teoria darwinista da evolução está associada com o conhecimento científico ultrapassado e crenças ultrapassadas do século 19. A teoria caracteriza-se por uma descrição da vida com a forma de uma árvore na qual se pensa que todos os organismos vivos têm um único ancestral e em que cada nódulo representa um ancestral comum (a árvore de Darwin) […] A estrutura de base do nosso conhecimento atual mudou substancialmente […] [11]

Por fim, o Ardi foi mais um “ardil” criado por evolucionistas que buscam a todo custo provar aquilo que acham ser provável mas que até agora continua improvável, a hipótese evolucionista.

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[1] Apresentamos-lhe Ardi, a nova mais antiga antepassada dos homens. Disponível em: <http://www.publico.pt/ciencia/noticia/apresentamoslhe-ardi-a-nova-mais-antiga-antepassada-dos-homens-1403329>.Acesso em: 01 out 2009.

[2] Idem.

[3] Cientistas encontram mais antigo ancestral humano na Etiópia. Disponível em: <http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1325897-5603,00-CIENTISTAS+ENCONTRAM+MAIS+ANTIGO+ANCESTRAL+HUMANO+NA+ETIOPIA.html>.Acesso em: 01 out 2009.

[4] Ardi may be more ape than human. Disponível em: <http://www.nature.com/news/2010/100527/full/news.2010.267.html>.Acesso em: 27 mai 2010.

[5] Estudo diz que Ardi, de 4,4 milhões de anos, não é ancestral do homem. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/741876-estudo-diz-que-ardi-de-44-milhoes-de-anos-nao-e-ancestral-do-homem.shtml>.Acesso em: 28 mai 2010.

[6] Idem.

[7] Idem.

[8] Filosofia, porque possui argumentações alicerçadas em sofismas e em pressuposições que formam o dogma fundamental do relativismo moderno.

[9] Religião é um “Conjunto de relações teóricas e práticas estabelecidas entre os homens e uma potência superior, à qual se rende culto, individual ou coletivo, por seu caráter divino e sagrado. Assim, religião constitui um corpo organizado de crenças que ultrapassam a realidade da ordem natural e que tem por objeto o sagrado ou sobrenatural, sobre o qual elabora sentimentos, pensamentos e ações”. (Encilopédia Barsa, vol.12, p. 276)
    Religião é um “Conjunto determinado de crenças, de dogmas que definem a relação do homem com o sagrado. Toda organização ou atividade à qual se devota um sentimento de respeito ou de dever a ser cumprido”. (Enciclopédia Larousse, vol. 20, p. 4978)
    Dessa forma, o evolucionismo constitui-se como uma religião porque:
1) Possui “relações teóricas e práticas estabelecidas entre os homens e uma potência superior”, que são as forças naturais que regem o universo;
2) “Constitui um corpo organizado de crenças que ultrapassam a realidade da ordem natural”, já que defende pressupostos não observáveis, não falseáveis e não comprovados, estando assim no campo da fé;
3) “Tem por objeto o sagrado ou sobrenatural”, já que considera seus dogmas irrefutáveis, intocáveis e inquestionáveis;
4) A partir deste “sagrado” “elabora sentimentos, pensamentos e ações”, que visam influenciar e conduzir todas as áreas da sociedade;
5) É uma “organização ou atividade à qual se devota um sentimento de respeito ou de dever a ser cumprido”.
[10] Pseudocientífico, porque suas asseverações têm, ao longo do tempo, sido desmentidas pela própria ciência, sendo necessárias as formulações de novos pressupostos.

[11] RAOULT, D. The post-Darwinist rhizome of life. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20109873>. Acesso em: 28 mai 2010.



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Sobre o autor:
Robson Tavares Fernandes é casado com Maria José Fernandes e pai de Isabela. É Pastor auxiliar na Igreja Cristã Nova Vida em Campina Grande, onde lidera a Secretaria de Ensino. Graduado em Teologia pelo STEC e pelo IBRMEC e Mestrando em Hermenêutica e Teologia do Novo Testamento pelo Betel Brasileiro. Tem se dedicado desde 1998 ao ensino e pesquisa na área de Hermenêutica, Apologética, História, Teologia e Fé e Ciência. É escritor e co-autor do livro “Apostasia, Nova Ordem Mundial e Governança Global” (em co-autoria com Augustus Nicodemus Lopes, Russell Shedd, Norman Geisler, Uziel Santana e Norma Braga). Professor de Teologia e Apologética e um dos fundadores da VINACC, tendo feito parte da primeira diretoria e posteriormente servido como pesquisador e consultor teológico.