quarta-feira, 1 de julho de 2015

O ESPÍRITO DE NOSSA ÉPOCA


Uma pequena reflexão sobre a influência do espírito do mundo sobre a vida

Robson T. Fernandes

A influência do mundo sempre um dos maiores desafios para todo cristão. A isso chamamos de luta contra o mundanismo, contra o secularismo. Se por um lado o mundanismo é a busca pelo prazer que o mundo oferece, por outro lado o secularismo é a transformação da crença religiosa em doutrina filosófica. Por isso, para se alicerçar no mundanismo muitos têm se deixado enredar pelo secularismo, que é a fundamentação “intelectual” para suas práticas carnais.

A tentação a secularização e o mundanismo sempre se apresentaram como grandes inimigos do cristianismo bíblico. Especialmente por isso, o apóstolo João afirmou enfaticamente: “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele” (1 João 2:15). A influência do mundo sobre o cristão ocorre, em especial, através das tendências do momento, das filosofias criadas para nos influenciar. Isto é chamado de espírito da época, cujo termo alemão bastante comum é Zeitgeist.

Só para se ter uma pequena noção do Zeitgeist na nossa cultura, Ayaan Hirsi Ali, autora do livro Herege, afirmou que “o islamismo não é uma religião pacífica”. Por causa dessa afirmação ela foi “tachada de intolerante e “islamofóbica””. A autora afirma que: “Fui silenciada, execrada e humilhada. Fui considerada herege, não só por muçulmanos - para quem já sou uma apóstata -, mas também por alguns liberais do Ocidente, cujas sensibilidades multiculturais se melindram com esse tipo de pronunciamento “insensível””.

Por causa do Zeitgeist, a simples exposição da opinião desta autora já é motivo para a acusação de “discurso de ódio", muito embora o islamismo mate milhares de pessoas ao redor do mundo por meio de atos terroristas. Então, o fato é que não importa qual seja a verdade, o que importa para aqueles que são movidos pelo espírito de época é que ninguém diga nada que seja contrários às suas crenças, por mais mundanas, seculares e falsas que sejam. O que importa, no final das contas, é todos sejam guiados pelo Zeitgeist e qualquer um que se pronunciar contra será excomungado e tachado com os mais variados, a começar por fundamentalista, mesmo que esse discurso seja contra o fundamentalismo islâmico. Então, aqui encontramos a triste curiosidade do espírito de época: o que vale mesmo é que todos se deixem levar como massa de manobra, perdendo a capacidade de raciocínio e questionamento.

O mesmo espírito, Zeitgeist, ocorre com o movimento LGBTS, por exemplo, que quer impor seu estilo de vida como se isso fosse algo natural, o que não é. Quando qualquer pessoa apenas discorda da “ditadura gay” é, no mesmo instante, tachada da mesma forma que Ayaan Hirsi Ali foi, e algumas vezes é até rotulada de terrorista, fundamentalista, retrógrado e homofóbica.

Então, me parece que uma das marcas do Zeitgeist, além de buscar roubar das pessoas a capacidade de raciocinar, é a utilização do termo “fobia”. Qualquer pessoa, em qualquer área, tratando de qualquer assunto, se for contrária ao espírito de época, ao espírito do mundo, será logo tachada de “islamofóbica”, ou “homofóbica”, e na grande maioria dos casos as duas coisas ao mesmo tempo. Agora veja que contradição, pois o islamismo é totalmente contra a prática do homossexualismo e os homossexuais jamais conseguiriam viver com a liberdade que almejam em uma sociedade islâmica (muçulmana). O que dizer, então, para os esquerdistas que defendem os dois posicionamentos ao mesmo tempo simplesmente como meio de atrair simpatizantes e defensores que perderam a capacidade de pensar por si só?

Ou seja, basta rotular o oponente com o termo “fóbico”, como se isso resolvesse a questão, mas não resolve. Na verdade é só mais um engodo para manter dezenas de milhares ou até milhões de pessoas no cabresto, roubando-lhes a capacidade de pensar, questionar e discordar.

Sabe o que é pior? O pior é que muitos na atual igreja evangélica estão se portando com o mesmo Zeitgeist do islamismo e do movimento LGBT. Parece que existe realmente um “espírito” do mundo guiando as pessoas em tais casos, pois sequer aguentam ouvir que estão erradas, que suas práticas estão equivocadas e que as conduz para uma direção oposta a que o Senhor está. Quando são reprovados em suas práticas mundanas ficam de biquinho ou revidam chamando seus reprovadores de odiosos, intolerantes, ultrapassados.... enfim, muitos daqueles que se dizem evangélicos na atualidade usam os mesmos jargões e argumentos dos muçulmanos e dos ativistas LGBT, os mesmos argumentos dos esquerdistas, o mesmo raciocínio do Zeitgeist.

Muitos daqueles que se dizem evangélicos esquecem que foi o próprio Jesus que disse que não poderíamos servir a dois senhores (Mt 6:24) e que os apóstolos falaram sempre que não deveríamos nos amoldar a este mundo (Rm 12:1,2;  1Jo 2:15; 1Pe 1:14). Mas, alguns destes que se dizem evangélicos não apenas falam como o mundo fala, eles também estão fazendo aquilo que o mundo faz, utilizando os mesmo argumentos e as mesmas estratégias.

Se por um lado verificamos isso com tristeza por ver pessoas seduzidas pelo mundo, ao mesmo tempo vemos o mesmo fato com alegria, por saber que tais coisas são importantes para acontecer, pois nos mostram que a vinda de nosso Salvador está cada vez mais próxima.

Maranatha. Vem logo Senhor Jesus e nos livre não só deste mundo, mas do espírito que ronda este mundo. Livrai-nos do Zeitgeist.

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