quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Monogenismo e poligenismo

Autor: Robson T. Fernandes
O Monogenismo é a teoria que defende que a humanidade constitui uma única espécie, descendente de um ancestral comum.
O Poligenismo é a teoria que defende que a humanidade não tem uma origem comum, isto é, que diversos grupos humanos pré-históricos e as raças humanas atuais descendem de espécies distintas.
Essa é uma discussão que envolve a antropologia (estudo do homem) e alguns evolucionistas têm distorcido os fatos históricos que envolvem o assunto, e nessa distorção alguns destes afirmam que os criacionistas do século XIX defendiam que a raça humana branca veio da teoria do monogenismo e que os negros vieram dos símios, “macacos”. Isto é mais uma mentira propagada por alguns evolucionistas que tentam acusar os criacionistas do século XIX de racismo.
Ao se observar com atenção os fatos históricos, iremos notar que este racismo era, na verdade, realizado pelos evolucionistas, como veremos mais adiante.
Em um artigo intitulado The Species Problem: Nineteenth-Century Concepts of Racial Inferiority in the Origin of Man Controversy (O Problema das Espécies: Conceitos do século XIX sobre a Inferioridade Racial na Controvérsia da Origem do Homem) de autoria de John S. Haller, Jr. do Departamento de História da Universidade de Indiana, originalmente publicado no American Anthropologist, 72:1319-1329, 1970, encontramos informações históricas que são bastante diferentes daquelas que alguns evolucionistas tentam apresentar:

“O problema das espécies e suas implicações na controversa origem do homem cresceu em importância na América antes da guerra que se deu em grande parte à questão da escravidão. Implícito no problema estava a posição das denominadas raças inferiores na sociedade. Os monogenistas, apesar de sua ênfase no ambientalismo, não eram mais favoráveis ao Negro, exceto em sua remota posição teórica. A guerra civil - não Darwin - trouxe um fiam a controvérsia na América, mas ela continuou se enfurecendo na Europa. A síntese aparente das escolas durante os anos de 1870 não perturbou as idéias estereotípicas de inferioridade racial. As "raças inferiores" permaneceram sendo a base da discussão evolutiva, enquanto as deixava perdidas na luta evolutiva.”

Nessa parte (introdução) o antropólogo John S. Haller Jr. deixa claro que os monogenistas, apesar de sua ênfase no ambientalismo, não eram mais favoráveis ao negro, exceto em sua remota teoria. A Guerra Civil – não Darwin – trouxe um fim à controvérsia na América, mas ela continuou se enfurecendo na Europa...
Em outra parte de seu artigo ele declara:

“Os monogenistas, divididos até mesmo entre eles, não representaram uma única teoria. Um grupo, o Adamitas, segurados estritamente à epopéia Bíblica da criação. Eles aceitaram a história de Adão e Eva literalmente e explicaram as raças do mundo como tendo descendido das oito pessoas que sobreviveram ao Dilúvio e repousaram no Monte Ararat. A ciência não entrou de nenhuma maneira na origem do homem com os partidários Adamitas. Isto não foi realmente uma teoria mas um artigo de fé.Uma segunda facção entre o monogenistas tentou se acomodar ao Adamitas Bíblicos e os desenvolvimentos de ciência. Eles produziram uma interpretação híbrida, uma combinação de Cristianismo liberal e a Alta Crítica da ciência. Às vezes chamados de "monogenistas racionais", eles incluíram no seu seio homens como Carl von Linnaeus, Georges Buffon, Georges Cuvier, Johannes Blumenbach, James Cowles Prichard, e Armand de Quatrefages.”

Aqui o antropólogo John S. Haller Jr. explica que entre os monogenistas houve uma divisão, em basicamente dois grupos principais. A primeira ‘facção’, denominada “Adamitas” defendiam o que a ciência denomina de épico da Bíblia. Este grupo aceita literalmente a história de Adão e Eva para explicar a origem das raças do mundo. Segundo John S. Haller Jr. a ciência não aceita essa teoria, considerando-a como um artigo de fé.
Quero fazer observar que se entenda como ciência a “ciência evolucionista”.
O segundo grupo de monogenistas tenta conciliar o relato bíblico com o desenvolvimento científico, produzindo uma interpretação híbrida, que seria – observe bem – uma combinação do Cristianismo Liberal com os Altos Críticos da Ciência. Algumas vezes eles são chamados de “monogenistas racionais”. Basicamente são representados por Carl von Linnaeus, Georges Buffon, Georges Cuvier, Johannes Blumenbach, James Cowles Prichard, e Armand de Quatrefages.
O antropólogo John S. Haller Jr nos explica, de forma clara, que aqueles que defendem a origem do negro como vindo do macaco não são os “criacionistas literais”, mas os cristãos liberais juntamente com os Altos Críticos da Bíblia, que são os evolucionistas.
É importante destacar que os “criacionistas literais” jamais foram chamados de “cristãos liberais”, mas receberam títulos como radicais, fundamentalistas...
Ainda, segundo alguns monogenistas racionais – não todos – a origem do negro se deu a partir do relato bíblico de que Deus havia colocado um sinal em Caim, de forma que todos o pudessem identificar assim que o vissem. É importante notar que mesmo os monogenistas racionais (nesse caso em particular os cristãos liberais e não os evolucionistas) tentaram explicar a origem do negro a partir de um outro homem, Caim, e não do “macaco”. Apesar do fato de que a Bíblia nos diz que Deus colocou um sinal em Caim, mas não diz que sinal foi esse nem se este era no corpo inteiro ou em apenas uma parte dele.
Vamos continuar com John S. Haller, Jr.:

“Outra escola de monogenistas, os transformistas, era a escola normal francesa, e derivou a substância de suas idéias da teoria de Jean Lamarck. Para os transformistas, espécies, “consideradas como cumprimentos de tempo”, não existam. O desenvolvimento de “um pequeno número de germes primordiais ou monads, a descendência da geração espontânea,” espécies atravessaram transformações sucessivas ou divergências. Homens, a descendência de uma transformação lenta de símios, eram “extremidades isoladas das filiais e ramos” do reino orgânico” (Topinard 1878:519-520)

Um outro grupo, escola, de monogenistas foram os “transformistas” que se basearam nas idéias de Lamarck. Para eles, os homens são descendentes dos ‘macacos’.
Esse grupo era essencialmente formado por evolucionistas.
Um outro escritor, Raul Leguizamon, em um artigo para a Revista Semper, no ano de 2001, afirma:

“um biólogo (Crookshank, por certo darwinista) sugeriu que os negros (não os nossos, mas os de África) descendiam do gorila porque se sentam no solo da mesma maneira que o faz esse antropóide.”

“Assim, o biólogo Klaatch dizia que os negros descendiam do gorila, os mongóis do orangotango (coincidindo nisto com Crookshank) e os caucasianos do chimpanzé; como o leitor vê, nada de "antecessor comum”.
“Mais ainda, ó formosas épocas em que se exibia – segundo a ordem evolutiva – o crânio dum gorila, logo o do Homem de Neanderthal (que por essa época era considerado pouco mais que um macaco erguido), logo o dum negro, logo o dum irlandês (!) e logo, há que dizer-se ... o dum inglês. A evolução chegava, assim, à perfeição...”
“Parece que todos os seres dos povos submetidos ao domínio colonial britânico eram sub-homens, comentava com a sua habitual ironia o já desaparecido antropólogo americano Loren Eiseley.”
Dessa maneira, Raul Leguizamon confirma o tipo de preconceito e racismo realizado pelos defensores do evolucionismo da época.
O Dicionário Aurélio nos diz o seguinte acerca do assunto:
Monogenismo: Crença, hipótese ou teoria segundo a qual a humanidade constitui uma única espécie, descendente de um ancestral comum. [Como hipótese ou teoria científica, o monogenismo tornou-se largamente aceito a partir de meados do século XIX, em decorrência da aceitação da teoria darwiniana da evolução, sendo tb. um princípio hoje praticamente inquestionado da antropologia social e cultural.]
O Monogenismo é a teoria sobre a qual repousa a afirmação de que toda a raça humana tem origem em um único casal. Esse ensino é Bíblico, e é defendido por criacionistas, porém, juntamente com o poligenismo, ele é bem defendido pelos evolucionistas. Vejamos um trecho da matéria de Octavio Rico em Quadrante Sociedade de Publicações Culturais:

“É bem sabido que quase todos os pesquisadores das nossas origens adotam posturas decididamente neodarwinistas, isto é, poligenistas. Segundo a hipótese poligenista, a humanidade atual seria descendente de uma população mais ou menos numerosa de indivíduos, e não de um casal inicial, como afirmam os defensores do monogenismo. Francisco Ayala, pesquisador da Universidade da Califórnia em Irvine, diz que “as mulheres das quais supostamente descendemos eram em número não inferior a mil e nem superior a cinco mil” (AYALA, F., “Polimorfismos genéticos y evolución de los seres humanos modernos”, Jornadas sobre “Evolución molecular humana”, Museo de la Ciencia de la Fundación “La Caixa” (Barcelona, 24-25 de abril, 2001)). De qualquer forma, esses tipos de estimativas nada mais são do que suposições baseadas em cálculos estatísticos e em simulações em computadores, que talvez nada tenham a ver com o que realmente aconteceu. Tanto é assim, que muitos renomados poligenistas, entre os quais o próprio Ayala, admitem a possibilidade de um cenário diferente: “Teoricamente é possível que uma espécie descenda de uma só fêmea gestante” (La Vanguardia, 7-V-2001). O fato é que a Biologia atual considera possível a história de Adão e Eva (“o mito”, como se costuma dizer nos círculos poligenistas), isto é, a do casal que funda uma espécie. Isso na verdade já foi demonstrado em outras espécies. É o caso, por exemplo, das 600 variedades genéticas de moscas drosófilas atualmente existentes no Havaí, todas elas descendentes de uma única fêmea fecundada.

O fato é que o ensino do Monogenismo é adotado por Criacionistas, para se fazer a defesa da Origem a partir de um único casal, porém, também é adotado por evolucionistas para se fazer a mesma defesa, todavia não a partir de um casal de humanos mas de símios.
A partir do Monogenismo tem origem o Poligenismo que ensina basicamente a mesma coisa que o Monogenismo dos Cristãos Liberais e Cientistas Evolucionistas, com a diferença básica que repousa na afirmação de que não foi apenas um casal que deu origem à raça mas uma pequena população de símios.
O ensino do monogenismo veio a ser distorcido graças a chegada do evolucionismo, a religião em que repousa o ateísmo, disfarçada de ciência.
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” Gênesis 1:27
“Homem e mulher os criou; e os abençoou e chamou o seu nome Adão, no dia em que foram criados” Gênesis 5:2
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