quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Permanecendo na Escritura e abandonando o espúrio

Autor: Robson T. Fernandes
"Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra" II Timóteo 3:14-17
Paulo escreve esta carta para o jovem Timóteo orientando-o a permanecer na Sagrada Escritura.
Timóteo era filho de uma judia convertida a Cristo Jesus, Eunice, e de um pai grego, tendo sido ensinado na Escritura desde criança pela sua avó, Lóide, e sua mãe. Ele converte-se na primeira viagem missionária do apóstolo Paulo. Logo na segunda viagem missionária, Paulo pode contar com Timóteo como seu colaborador.
Nessa caminhada Paulo orienta Timóteo a permanecer naquilo que aprendeu, isto é, conservar-se. O termo conservar-se traz a tona o sentido real da expressão, que significa: resguardar de um dano, proteger da decadência, preservar contra o mal, defender-se contra o estrago e corrupção.
Paulo o orienta a não só permanecer naquilo que aprendeu, ou seja, conservar o ensino, mas também a lembrar de quem recebeu este ensino.
Essas são duas informações importantíssimas:
1. A integridade do ensino; 2. A fonte, origem, do ensino.
Ainda, Paulo lembra a Timóteo que este sabia do ensino desde a sua infância. Aqui, encontramos uma terceira mensagem: Você sabe a Sagrada Escritura, ou seja, você conhece a Sagrada Escritura. Esse é um dado importante, pois Paulo está afirmando que não existem desculpas suficientes para se apresentar como justificativas para o ato de se deturpar o ensino Escriturístico, pois ele sabia as Escrituras.
Diante dessas informações iniciais, podemos enumerar três pontos importantes e iniciais que são a base dessa passagem do apóstolo a seu filho na fé:
1. A integridade do ensino; 2. A fonte, origem, do ensino; 3. Saber, conhecer, a Escritura Sagrada.
Esses tópicos continuam válidos até o dia de hoje e permanecerão dessa mesma maneira para todo o sempre, pois o próprio Jesus afirmou que “passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão” (Mc 13:31).
Nos dias atuais muitos “modismos” têm surgido, e o que mais me impressiona é o fato de pessoas que se dizem cristãos seguirem e aderirem a práticas estranhas a doutrina bíblica, comprometendo a integridade da doutrina bíblica, desconhecendo a fonte, a origem, de tal “modismo” e mostrando, assim, não conhecer a Escritura Sagrada.
Atualmente, encontramos uma infinidade de misticismos, mundanismos, extorsões, sugestionamentos e heresias dentro de igrejas que deveriam ser bíblicas e detentoras de uma doutrina Escriturística sadia.
Encontramos ícones nos programas de televisão que insistem em esvaziar os bolsos da multidão que os acompanha, cauterizar a mente da multidão que os ouve e manter a condenação na vida da multidão que os segue.
Essa mesma multidão tem se tornado agentes propagadores desses falsos ensinos, comprometendo a integridade da doutrina bíblica, desconhecendo a fonte de tais heresias e desconhecendo a Escritura Sagrada.
Encontramos televangelistas como Benny Hinn, que afirmou que os "cristãos são pequenos messias, são pequenos deuses" (Benny Hinn, Praise-a-thon (TBN), Novembro 1990), colocando homens e mulheres em uma posição de igualdade com o Deus Santo e Criador de tudo e de todos, contradizendo doutrinas bíblicas fundamentais que até um novo convertido é capaz saber em suas aulas de escola dominical. Contrariando, por exemplo, o texto de Isaías 40:22:
“Ele é o que está assentado sobre o círculo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; é ele o que estende os céus como cortina, e os desenrola como tenda, para neles habitar”.
Homens como Benny Hinn, que ousam afirmar que "Jesus na sua morte se tornou um com satanás" (Benny Hinn, transmissão de Benny Hinn, 15/12/90), contradizendo, dessa maneira, um ensino bíblico do mais importante: Jesus é Deus e nada tem em comum com satanás:
“Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2:9)
Encontramos homens como R. R. Soares que têm notoriedade e espaço em revistas de circulação nacional para propagarem suas doutrinas antibíblicas, afirmando que “...Agora, eu prego a prosperidade. Prefiro mil vezes pregar teologia chamada da prosperidade do que teologia do pecado, da mentira, da derrota, do sofrimento... A teologia da prosperidade, pelo que se fala por aí, eu bato palmas. Não creio na miséria. Essa história é conversa de derrotados. São tudo um bando de fracassados, cujas igrejas são um verdadeiro fracasso”. (Revista Eclésia, Ano V, No 67, Junho 2001, pág.. 26.).
Encontramos homens como Edir Macedo, que distorcem o ensino Bíblico confundindo o real sentido da Ceia do Senhor, afirmando que “podemos considerar que, da mesma forma pela qual o corpo do Senhor Jesus, simbolizado pelo pão, nos dá a total saúde física, também o seu sangue, simbolizado pelo vinho, nos dá a saúde espiritual” (Nos passos de Jesus, p. 122), adaptando um ensino antibíblico denominado de consubstanciação e trazendo-o para o seio da igreja.
Encontramos homens como Kenneth Hagin que escreveram verdadeiros absurdos bíblico-doutrinários, ao dizer que “em lugar algum a Bíblia ensina que se você apenas crer no coração obterá um resposta” (The Real Faith, p. 24 & How to Turn Your Faith Loose, p. 20), contradizendo textos bíblicos como:
“E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê” (Mc 9:23)
“Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido” (Rm 10:11)
“A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10:9)
“E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis” (Mt 21:22)
Homens, como o mesmo Kenneth Hagin, que teve a herética audácia de afirmar que “A morte espiritual significa ter a natureza de Satanás” (O Nome de Jesus, p. 26) e que “Jesus provou a morte – a morte espiritual – por todos os homens” (O Nome de Jesus, p. 27) afirmando, assim, por inferência que Jesus teve a mesma natureza que Satanás, contrariando várias passagens bíblicas que afirmam:
“Já não falarei muito convosco, porque se aproxima o príncipe deste mundo, e nada tem em mim” (Jo 14:30)
“Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pe 1:16)
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14:6)
Ainda, o mesmo Kenneth Hagin, chegou a afirmar que “nem Jesus Cristo tem uma posição mais elevada do que nós diante de Deus” (Zoe: a própria vida de Deus, p. 79), contrariando cabalmente a doutrina bíblica de que Jesus Cristo é superior a qualquer ser humano ou a qualquer ser criado:
“O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas” (Hb 1:3)“Ora, a suma do que temos dito é que temos um sumo sacerdote tal, que está assentado nos céus à destra do trono da majestade” (Hb 8:1)
Tais exemplos são suficientes para demonstrar o quanto a INTEGRIDADE DO ENSINO tem sido comprometida.
A prática de tais heresias demonstra o quanto os seus seguidores desconhecem a ORIGEM DO ENSINO, pois se conhecem verdadeiramente a Bíblia Sagrada saberiam que tais ensinos não são encontrados em suas páginas, nem tão pouco encontra-se o estímulo a tais práticas, entre o povo que se diz cristão, pelo Deus inspirador da Escritura.
Práticas como a Teologia da prosperidade que tem suas raízes fincadas na Teologia da Libertação, um ensino de origem católica.
Práticas como “decretar”, “exigir”, “restituir”, “poder das palavras”... que têm origem nas religiões orientais, como a Seicho-No-Ie.
Práticas como “orar impondo as mãos no estômago”, que tem origem no budismo, que afirma que o corpo humano possui sete pontos de energia, no qual o principal se encontra no abdômen.
Práticas como exaltar o ser humano a posição de divindade, que tem origem no próprio satanás, que no jardim do Éden trouxe tal ensino para Eva, ao afirmar que “sereis como Deus, sabendo o bem e o mal” (Gn 3:5).
Práticas como a unção do riso, ou bênção de Toronto, que tem origem no hinduísmo que ensina tal prática através da Laughing Yoga.
Com isso podemos concluir que aqueles que aderem a tais práticas desconhecem por completo o contexto da mensagem bíblica em sua mais simples essência: Deus é o ser auto-existente subsistente em três pessoas, e o homem um ser criado, porém, com a natureza caída devido a sua desobediência no Éden, mas com a possibilidade de remissão eterna mediante Cristo Jesus! Remissão e não posição de igualdade!
O apóstolo Paulo continua ensinando seu “filho na fé” Timóteo afirmando que:“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”.
Com isso, devemos entender que toda ação de um cristão autêntico deve estar de acordo com o ensino Escriturístico, pois a Escritura Sagrada, a Bíblia, foi o único livro produzido por inspiração Divina. A fonte de autoridade total e final na vida de um cristão deve ser a Bíblia.
Se um cristão procura agir de acordo com o que está escrito na Bíblia com certeza ele estará buscando o aperfeiçoamento, todavia, se este prefere agir de acordo com os pensamentos particulares de líderes mal intencionados, este irá alcançar um mero estado de engano pessoal e um final triste, sofrido e doloroso.
Que toda atitude e prática na vida de um cristão esteja respaldada pela Escritura Sagrada e não pelo ensino de um suposto líder detentor de uma nova revelação.
A minha oração é para que Deus abençoe e Sua Igreja abrindo-lhe os olhos e tocando-lhe no coração.
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