segunda-feira, 21 de março de 2016

AS NOSSAS PERDAS


Uma pequena reflexão sobre a nossa atitude diante das perdas

As nossas perdas, dentre muitas outras coisas, servem para revelar o que há de mais profundo em nossos corações. Elas são o meio que Deus usa para revelar quem somos de fato e o que temos escondido em nossos corações. As nossas perdas revelam com clareza o que há por trás daquilo que os outros pensam que somos.

A nossa reação diante da perda de algo muito querido servirá para revelar se somos espirituais ou carnais. Um homem espiritual terá a sua espiritualidade, piedade e fidelidade a Deus e aos princípios da Sagrada Escritura revelados por meio de sua reação diante da perda, enquanto que o homem carnal terá a sua carnalidade, mundanismo e coração sujo revelados em público por meio de sua reação diante da perda.

As nossas perdas servirão para revelar os ídolos de nosso coração. Ao perder aquilo que há de mais importante, alguém manifestará uma reação proporcional a dor da perda. Podemos entender isso quando percebemos que quando perdemos um vizinho temos um certo grau de dor e sofrimento, mas quando perdemos um parente muito próximo e amado a manifestação dessa dor é maior e mais intensa. O mesmo ocorre com as coisas que supervalorizamos e que terminam por se transformar em ídolos do coração. Por exemplo, alguém que ama o dinheiro tem a grande chance de perder completamente a alegria da vida quando perde aquilo que tanto ama: o dinheiro. Tais pessoas podem chegar a cometer o suicídio por isso. Da mesma forma, alguém que ama muito a Cristo teme apenas perder a alegria da salvação, pois para essas pessoas o Senhor Deus é o que mais importa. Essas pessoas podem perder tudo, só não podem perder Jesus.

Jó perdeu tudo, mas diante da dor da perda e do sofrimento que lhe fora afligido reagiu dizendo: “Saí nu do ventre da minha mãe, e nu partirei. O Senhor o deu, o Senhor o levou; louvado seja o nome do Senhor” (Jó 1:21).

O apóstolo Paulo afirmou categoricamente: “aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4:11-13).

Horatio Gates Spafford foi um advogado americano no século XIX que havia investido no mercado imobiliário e perdera quase todas as suas economias no Grande Incêndio de Chicago em 1871. Em 1873 decidira passar férias na Inglaterra para rever seu amigo e grande evangelista D. L. Moody. Enquanto cuidava de seus negócios, que estavam se reerguendo, Horatio enviou sua família primeiro, a bordo do navio Ville du Havre, que naufragou ao colidir com outra embarcação, matando 226 pessoas, entre elas todas as suas filhas: Annie, Margaret, Elizabeth e Tanetta. Imediatamente Horatio viajou à Inglaterra e ao passar no local em que o navio naufragou, onde suas filhas morreram, Horatio, sendo avisado pelo comandante do navio, compôs a famosa letra do hino “Sou Feliz com Jesus”:

Se paz a mais doce me deres gozar,
Se dor a mais forte sofrer,
Oh! Seja o que for,
tu me fazes saber
Que feliz com Jesus sempre sou!

Sou feliz com Jesus,
Sou feliz com Jesus, meu Senhor!

Embora me assalte o cruel Satanás
E ataque com vis tentações;
Oh! Certo eu estou,
apesar de aflições,
Que feliz eu serei com Jesus!

Meu triste pecado, por meu Salvador
Foi pago de um modo cabal!
Valeu-me o Senhor!
Oh! Mercê sem igual!
Sou feliz, graças dou a Jesus!

A vinda eu anseio do meu Salvador!
Em breve virá me levar
Ao céu, onde eu vou para sempre morar
Com remidos na luz do Senhor!

E nós? Como reagiremos diante das nossas perdas?