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Autor: Robson T. Fernandes
“E o rei lhe disse: Não temas; que é que vês? Então a mulher disse a Saul: Vejo deuses que sobem da terra.” (I Sm 28:13)
Quando estamos fora da vontade de Deus temos a tendência de cometermos erros facilmente e compactuarmos com o erro dos outros. Mesmo sabendo a verdade nos tornamos cegos na esperança de conseguirmos algum benefício através do erro que insistimos em praticar. E mais, procuramos mil e uma desculpas que justifiquem nossa atitude, não aceitando repreensões, castigos e rejeitando as consequências de nossas ações rebeldes.
Saul foi um homem extremamente rebelde e insubmisso. Mesmo sabendo que Deus abomina a prática da feitiçaria, adivinhação, consulta aos mortos (Dt 18:11) e qualquer tipo de prática espírita (Ex 22:18, Dt 18:9-12), insistiu em buscar uma feiticeira na tentativa de falar com o profeta Samuel, mesmo apesar deste já estar morto. Ora, se Deus já não falava com Saul de nenhuma forma que fosse lícita e correta, com certeza Ele muito menos falaria através de uma forma ilícita e condenada por Ele mesmo.
Quando se está fora da vontade de Deus esquece-se tudo aquilo que Deus falou, ou pelo menos procura-se não lembrar.
Ainda, quando estamos fora da vontade de Deus somos bastante tendenciosos a acreditar naquilo que queremos, de acordo com nossa teimosia e rebeldia. Mesmo que a verdade esteja de forma clara diante de nossos olhos procuramos não enxergá-la. Bem, Saul não viu a Samuel com seus próprios olhos, pois o texto bíblico afirma que “entendendo Saul que era Samuel” (1 Sm 28:13,14). Ou seja, ele quis entender, deduzir, que era Samuel. A feiticeira disse à Saul: “vem subindo um ancião, e está envolto numa capa”. Ora, Saul não viu o tal “ancião” e essa descrição se encaixa muito bem em diversos outros personagens bíblicos, como Abraão, Moisés, Jacó etc. Saul acreditou que era Samuel porque era este a que ele deseja ver. Certamente se desejasse ver Abraão, que se encaixa na descrição, também, teria crido que era Abraão.
Quando se está fora da vontade de Deus acredita-se no que bem quer, e ainda procura argumentos para se defender os próprios erros.
O texto bíblico declara que Samuel era um profeta de Deus, e que o Senhor não deixou que nenhuma de suas palavras caísse por terra (1Sm 3:19-20), ou seja, tudo o que Samuel profetizava acontecia exatamente como foi dito. Diante disso, Saul não conseguiu ver que as profecias feitas naquela ocasião não se cumpriram como foram feitas. Por exemplo, foi dito que Saul seria morto pelos filisteus (1Sm 28:19), porém ele cometeu suicídio (1Sm 31:4) (1ª profecia falha). Ainda, foi dito que todos os filhos de Saul seriam mortos, apesar de ter seis filhos (Is-Bosete (1Sm 2:8; Mefibosete (2Sm 19:24); Isvi (1Sm 14:49) e Jônatas, Abinadabe e Malquisua), apenas três foram mortos (Jônatas, Abinadabe e Malquisua – (1Sm 31:2)) (2ª profecia falha). Também, foi dito que Saul seria levado pelos filisteus, todavia seu corpo foi resgatado e levado pelos habitantes de Jabes-Gileade (1Sm 31:11-13) (3ª profecia falha).
Bem, quando se está fora da vontade de Deus enxerga-se apenas o que interessa e despreza-se o que não interessa, mesmo que seja a parte que faz toda a diferença. A Bíblia declara que se uma profecia não se cumprir exatamente como foi feita, aquele que o fez é um falso profeta e não merece crédito porque não é de Deus (Dt 13:1-5).em contrapartida, a mesma Bíblia declara que Deus não deixou nenhuma das palavras de Samuel cair por terra (1Sm 3:19-20). Este “Samuel” apresentado pela feiticeira, com certeza, não era o Samuel que a Bíblia apresenta.
Quando se está fora da vontade de Deus, termina-se esquecendo que o inimigo pode se transformar em um anjo de luz (II Co 11:14) para enganar a muitos (Mt 24:24), porque ele veio para matar, roubar e destruir (Jo 10:10).
Quando se está fora da vontade de Deus anda-se em terreno proibido, com ações proibidas, buscando companhias para lhe ajudar a continuar no “atoleiro” e ainda se diz para o pecado e para o pecador “não temas”. Exatamente como Saul disse para a feiticeira: “não temas”.
Quando se está fora da vontade de Deus, perde-se o temor Daquele que deveria ser temido, Deus. Como garantir a alguém que “nenhum castigo te sobrevirá por isso” se está andando contra o próprio Deus? Claro que o castigo virá! E veio.
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